Cientistas usam bactérias para extrair metais raros de baterias de "lixo eletrônico"

Os elementos obtidos – por exemplo, lítio, cobalto e manganês – são essenciais para a produção de tecnologia verde como painéis solares, turbinas eólicas e motores para carros elétricos

Foto: Pexels -

Cientistas estão usando bactérias para ajudá-los a extrair metais raros vitais no desenvolvimento de tecnologia verde. Sem isso, dizem eles, há o risco de faltar matéria-prima para construir turbinas, carros elétricos e painéis solares.

O trabalho, que está sendo liderado pela Universidade de Edimburgo, visa obter lítio, cobalto, manganês e outros minerais de baterias velhas e equipamentos eletrônicos descartados.

“Se vamos acabar com nossa dependência de petroquímicos e depender de eletricidade para aquecimento, transporte e energia, então nos tornaremos cada vez mais dependentes de metais”, disse a professora Louise Horsfall, ao The Guardian. “Todos esses fotovoltaicos, drones, máquinas de impressão 3D, células de combustível de hidrogênio, turbinas eólicas e motores para carros elétricos exigem metais – muitos deles raros – que são essenciais para suas operações.”

Ela acrescentou que é preciso desenvolver uma economia circular, através da qual os minerais são reutilizados sempre que possível. “Há apenas uma quantidade finita desses metais na Terra e não podemos mais nos dar ao luxo de jogá-los fora como lixo como fazemos agora. Precisamos de novas tecnologias de reciclagem se quisermos fazer algo sobre o aquecimento global”, alertou.

Lixo eletrônico = fonte de renda

Segundo a pesquisa, a chave para isso são as bactérias. A professora afirma que algumas podem sintetizar nanopartículas de metais. “Acreditamos que elas fazem isso como um processo de desintoxicação. Basicamente, elas se prendem a átomos de metal e então os cospem como nanopartículas para que não sejam envenenadas por eles.”

Em seu projeto, os cientistas pegaram resíduos de baterias eletrônicas e carros, os dissolvem e, depois, usaram bactérias para se prenderem a metais específicos nos resíduos e depositá-los como produtos químicos sólidos. Inicialmente, o processo foi feito com manganês e, na sequência, com níquel e lítio. Em outra etapa, foi usada uma cepa diferente de microrganismos e extraído cobalto e, novamente, níquel.

A próxima parte do processo será demonstrar que esses metais, uma vez removidos do lixo eletrônico antigo, podem ser usados como constituintes de novas baterias ou dispositivos. Além disso, no futuro, Horsfall e sua equipe planejam usar versões das bactérias editadas por genes para aumentar a produção.

Fonte: Um Só Planeta

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