Xangai, é cidade com maiores emissões de gases nocivos ao clima no mundo

Relatório da Climate TRACE, apresentado na COP29, aponta as cidades com maiores emissões de gases de efeito estufa, principais responsáveis pela crise climática. Ásia e EUA estão no topo.

Foto: Gaston Laborde - PixaBay -

No relatório mais recente divulgado durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão, a Climate TRACE revelou que Xangai lidera as cidades com as maiores emissões de gases de efeito estufa (GEE), com 275,28 milhões de toneladas anuais. A seguir estão Tóquio (250 milhões de toneladas), Nova York (160 milhões de toneladas), Houston (150 milhões de toneladas) e Seul (142 milhões de toneladas).

A Climate TRACE, uma coalizão global sem fins lucrativos cofundada pelo ex-presidente dos EUA, Al Gore, e composta por mais de 100 universidades, cientistas e especialistas em inteligência artificial (IA), destacou que muitas cidades ainda carecem de dados detalhados sobre suas emissões.

Além de Xangai

O sistema de análise da Climate TRACE agora abrange inventários de emissões para mais de 9.000 grandes áreas urbanas ao redor do mundo, oferecendo dados essenciais para que governos locais acelerem suas ações climáticas. Essas regiões são responsáveis por 17 bilhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2e), ou mais de 25% das emissões globais, segundo estudo divulgado pelo Huffpost.

Foto: Ralf Vetterle – PixaBay

Durante o lançamento do relatório, na última sexta-feira, Al Gore ressaltou que, apesar dos compromissos globais, as emissões continuam a crescer. Assim, intensificando o aquecimento global e afetando mais severamente as comunidades vulneráveis.  “Quando a liderança climática global falha, são os líderes locais que têm preenchido essa lacuna”, destacou Gore, ressaltando a importância das inovações em inteligência artificial para preencher o vazio de informações e permitir ações climáticas mais eficazes nas cidades.

O relatório da Climate TRACE, utilizando dados de satélites e inteligência artificial, mediu as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em nível subnacional. Então ele revelou que, entre os 30 países com maiores emissões, 378 estados e províncias conseguiram reduzir suas emissões entre 2021 e 2024. Apesar do aumento observado em algumas nações.

O documento

A nível global, o estudo indicou um crescimento de 0,7% nas emissões de dióxido de carbono e metano em 2023. Assim, com uma previsão de aumento de 0,48% em 2024. Entre 2022 e 2023, os maiores aumentos ocorreram na China, Índia, Irã, Indonésia e Rússia. Já países como Venezuela, Japão, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos viram as maiores reduções.

O relatório também apontou que as maiores oportunidades de redução de emissões estão em países em desenvolvimento, que, infelizmente, recebem um financiamento climático global inadequado.

Brasil busca reforçar seu protagonismo na área ambiental, especialmente com vistas à preparação da COP30, que acontecerá em Belém (PA), em 2025 – Foto: Divulgação.

A divulgação ocorre em um contexto de crescente frustração entre ativistas e autoridades climáticas. Pois criticam a falta de ação global para reduzir o uso de combustíveis fósseis. Isso diante de um cenário onde com muitos países e empresas ainda promovendo essas fontes de energia, intensificando a crise climática.

O êxito da cúpula climática deste ano dependerá da capacidade dos países de firmarem um novo compromisso financeiro, que exija de países ricos, credores de desenvolvimento e o setor privado o investimento de pelo menos US$ 1 trilhão anualmente para ajudar os países em desenvolvimento a combater as mudanças climáticas.

No entanto, um relatório do painel independente do Climate Policy Initiative (CPI), em parceria com o escritório de advocacia A&O Shearman, revelou uma lacuna anual de US$ 6 trilhões entre os investimentos climáticos atuais e os recursos necessários até 2030 para alcançar as metas de emissões líquidas zero do Acordo de Paris, firmado em 2015.

Fonte: Um Só Planeta

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