Uma tecnologia da Idade do Bronze pode acelerar a transição para energia limpa, de acordo com pesquisa liderada pela Universidade de Stanford. Esse método, que utiliza tijolos absorvedores de calor, pode reduzir a poluição do ar, ajudando a alcançar a meta da ONU (Organização das Nações Unidas) de emissões líquidas zero até 2050.
No estudo publicado em 07 de julho no periódico PNAS Nexus, afirma que os tijolos podem armazenar energia solar e eólica em um recipiente isolado. Assim, permitindo seu uso posterior em processos industriais que exiigem altas temperaturas, como na fabricação de cimento, vidro e aço.
Esses tijolos, fabricados com materiais semelhantes aos usados em fornos antigos, oferecem uma solução de energia limpa. Assim, sendo mais econômica e simples que as baterias, custando apenas um décimo do preço e armazenando calor em vez de eletricidade. Além da análise mostrar que o uso de tijolos de fogo poderia reduzir os custos de capital em 1,27 trilhões de dólares, além de diminuir a demanda por energia da rede e a necessidade de guardar em baterias.
“Imagine se propusermos um método caro e difícil de transição para eletricidade renovável – teríamos muito poucos interessados. Mas, se isso economizar dinheiro em comparação com um método anterior, será implementado mais rapidamente”, disse Mark Z. Jacobson, autor principal do estudo e professor de engenharia civil e ambiental na Stanford Doerr School of Sustainability e na School of Engineering, em comunicado. “Os materiais são muito mais simples também. São basicamente apenas os componentes da terra.”
Reduzindo a poluição e os custos
Os pesquisadores analisaram o impacto do uso de tijolos de fogo para armazenar calor industrial em 149 países. Assim, assumindo que esses lugares adotariam energia eólica, geotérmica, hidrelétrica e solar para todas as suas necessidades energéticas. Esses países são responsáveis por 99,75% das emissões globais de dióxido de carbono de combustíveis fósseis.
A análise comparou dois cenários hipotéticos para 2050. Assim, um deles onde tijolos de fogo fornecem 90% do calor industrial. Da mesma forma, o outro sem o uso desses tijolos ou outras formas de armazenamento térmico, dependendo de fornos elétricos, aquecedores, caldeiras e bombas de calor com eletricidade armazenada em baterias.
“O nosso é o primeiro estudo a examinar uma transição em larga escala para energias renováveis com tijolos de fogo como parte da solução”, disse Jacobson. “Descobrimos que os tijolos de fogo permitem uma transição mais rápida e de menor custo para as energias renováveis, e isso ajuda todos em termos de saúde, clima, empregos e segurança energética.”
Tijolos como saída para aquecimento global
Um local que gera problemas para o aquecimento global são as indústrias que exigem calor de alta temperatura. Por exemplo, na produção de cimento (a partir de 1.300°C) e vidro, ferro e aço (a partir de 1.000°C), são responsáveis por cerca de 17% das emissões globais de CO₂ devido à queima de combustíveis fósseis. Desse modo, gerar esse calor a partir de fontes renováveis poderia quase eliminar essas emissões.
“Armazenar energia na forma mais próxima do uso final reduz as ineficiências na conversão de energia”, disse Sambor, um pesquisador de pós-doutorado em engenharia civil e ambiental. “Diz-se frequentemente em nosso campo que ‘se você quer duchas quentes, armazene água quente, e se você quer bebidas frias, armazene gelo’; então este estudo pode ser resumido como ‘se você precisa de calor para a indústria, armazene-o em tijolos de fogo”‘.
Fonte: Revista Galileu
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