O fato do excesso de plástico e outros resíduos no ecossistema dos oceanos causarem, não apenas, problemas ambientais como de saúde pública, isso todo o mundo já sabe. Entretanto, um novo estudo feito por uma equipe de pesquisadores revelou que os efeitos negativos do lixo marinho se intensificam com a exposição solar. A alerta veio depois de descobrirem que o lixo exposto ao sol tem um alto potencial de liberar inúmeras substâncias na água -a chamada “sopa química”.
Um estudo da Instituição Oceanográfica Woods Hole, dos Estados Unidos -que foi divulgado pela revista de ciência Environmental Science & Technology-, revelou dados que preocuparam não só os cientistas envolvidos como toda a comunidade que estuda o ambiente marinho e sua preservação.
Durante testes e reprodução em laboratório, os profissionais simularam a água do mar com uma solução de iodo. Então, colocaram na água diferentes tipos de sacolas plásticas de diferentes estabelecimentos. Depois, separaram o experimento em duas partes: uma ficou exposta ao sol e a outra no escuro.
“Sopa química”
O resultado espantou. A diferença foi preocupante. Diante da comparação das duas amostras, a que foi exposta à raios solares liberou muito mais substancias tóxicas do que a que ficou no escuro. Além disso, esse fato aconteceu em um curto período. Dessa forma, de acordo com os pesquisadores, as dezenas de milhares de compostos na solução revelam que o fenômeno apelidado de “sopa” é muito rápido. Eles contaram que em 100 horas de experimento, a quantidade de elementos como o carbono orgânico solúvel, por exemplo, já era considerável.
“É espantoso pensar que o sol pode degradar o plástico, que é essencialmente um composto que tem alguns aditivos na mistura, em dezenas de milhares de compostos solúveis em água”, contou Collin Ward, coautora do estudo, em um comunicado da Woods Hole.
“Nós ainda não sabemos quais são os impactos que esses produtos podem trazer ao ecossistema aquático ou a processos biogeoquímicos, como o ciclo do carbono. O fato de que a degradação do plástico acontece mais rapidamente do que esperávamos pode parecer uma coisa boa, mas ainda não está claro como esses químicos podem afetar o meio ambiente”, avisa a cientista.
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