Indígenas do G9 defendem demarcação de terras para mitigar danos climáticos

G9 é um grupo criado na COP16 reúne povos originários de 9 países da Amazônia e foi idealizado para consolidar a visão indígena sobre o clima.

Legenda: Cerimônia de abertura da Conferência de Biodiversidade das Nações Unidas (COP16) em Cali, na Colômbia, em 21 de outubro de 2024. - Foto: Foto: © ONU Biodiversidade. -

O grupo G9, formado por representantes indígenas dos nove países da Amazônia, foi criado durante a COP16 da ONU sobre Biodiversidade. Na COP29, que ocorrerá entre 11 e 22 de novembro em Baku, Azerbaijão, o G9 solicita o reconhecimento da demarcação de terras indígenas como medida para combater as mudanças climáticas.

O coordenador da Coiab, Toya Manchineri, destaca a importância da titulação de terras e de um programa transfronteiriço para tratar da complexidade das regiões fronteiriças. Em entrevista, Manchineri, membro do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas e do povo manchineri do Acre, explicou que idealizaram o G9 para consolidar a visão indígena sobre o clima.

Projeto do G9

Recentemente, o G9 discutiu com parlamentares da Alemanha, Noruega e Dinamarca a necessidade urgente de um programa que proteja fronteiras. Manchineri mencionou problemas como crimes no Vale do Javari, onde os infratores cruzam facilmente para fora do alcance das autoridades brasileiras, e reforçou a necessidade de colaboração entre países para impedir atividades ilegais, como caça, pesca, extração de petróleo e tráfico de drogas.

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Ele explicou, então, que o projeto do G9 levou um ano para ser definido, superando desafios devido aos variados estágios de demarcação entre os países-membros. O Suriname, por exemplo, que conquistou a independência em 1975, ainda carece de proteções constitucionais para as terras indígenas, onde ameríndios compõem 2% da população.

No fim de outubro, oito organizações indígenas, incluindo Apib e Coiab, publicaram a carta “A resposta somos nós”, reivindicando copresidência na COP30, no Brasil. Eles reivindicam maior representatividade para contribuir com seu conhecimento e enfatizam a necessidade de consulta e participação indígena nas decisões. A carta rejeita projetos de petróleo e gás, priorizando, então, a biodiversidade e territórios indígenas.

Greenpeace defende, assim, mais energia renovável, taxação de poluidores e aumento de financiamento climático. O Greenpeace sugere, então, que um financiamento ideal seria de US$ 1 trilhão para cumprir as metas do Acordo de Paris.

*Com informações da Agência Brasil

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