Gigantes da Amazônia: as guardiãs do clima estão sob ameaça

Estudo destaca o papel do angelim-vermelho na regulação climática. Apesar da importância, árvores sofrem pressão do desmatamento

Foto: Agência Pará/divulgação -

No Dia da Amazônia, comemorado em 5 de setembro, especialistas chamam atenção para a importância das árvores gigantes que habitam a floresta, em especial o angelim-vermelho (Dinizia excelsa), capaz de ultrapassar 80 metros de altura. Essas árvores desempenham papel fundamental no equilíbrio climático, armazenando grandes quantidades de carbono, influenciando a distribuição de chuvas e guardando a história ecológica da região.

A maior árvore já registrada no Brasil, localizada em Almeirim (PA), alcança 88,5 metros — o equivalente a um prédio de 30 andares. Desde 2019, foram identificados ao menos 20 exemplares com mais de 70 metros na região do Rio Jari, na divisa entre Pará e Amapá. Estudos indicam que um único angelim-vermelho pode concentrar até 80% da biomassa de um hectare de floresta, reforçando seu papel como sumidouro de carbono.

Apesar da relevância, a espécie enfrenta riscos. Muitas árvores estão fora de unidades de conservação, e a exploração comercial do angelim-vermelho ainda é permitida em determinadas áreas. Em resposta, organizações ambientais lançaram a campanha Proteja as Árvores Gigantes, que resultou na criação, em setembro de 2024, do Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes da Amazônia (Pagam), com 560 hectares de proteção integral.

Para especialistas, no entanto, a nova unidade é apenas um primeiro passo. A pressão do garimpo, da grilagem e do desmatamento na região continua a ameaçar a sobrevivência das árvores centenárias, que podem ter entre 400 e 600 anos. Pesquisadores defendem mais monitoramento, planos de manejo e investimentos em ciência para garantir que essas gigantes da Amazônia sigam de pé e contribuam para frear as mudanças climáticas globais.

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