Por Fernanda Zandonadi

A busca por uma vida mais saudável e por um planeta equilibrado passa diretamente pelas escolhas alimentares. Um estudo publicado no Peer Community Journal revela como conhecimento e motivação moldam a adoção de dietas sustentáveis, oferecendo pistas sobre como transformar conceitos em práticas do dia a dia.

O que são dietas sustentáveis?

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), uma dieta sustentável deve ser saudável, acessível, culturalmente adequada, ter baixo impacto ambiental e garantir remuneração justa aos produtores. Apesar disso, transformar a teoria em prática não é simples, já que consumidores enfrentam barreiras como falta de informação clara ou motivação para mudar.

Saber e agir

A pesquisa foi realizada em Dijon, na França, com 273 pessoas entre 20 e 60 anos. Os entrevistados responderam questionários sobre três pontos: nível de conhecimento (objetivo e subjetivo), motivações para escolher alimentos sustentáveis (saúde, ética, meio ambiente) e práticas adotadas, como reduzir o consumo de carne ou comprar alimentos locais.

O levantamento mostrou que 56% tinham baixo conhecimento objetivo, confundindo dietas sustentáveis com opções caras ou inacessíveis. Em contrapartida, muitos se declaravam confiantes em seu conhecimento subjetivo, ainda que não dominassem o tema.

Motivação como motor da mudança

O estudo apontou que tanto o conhecimento quanto a motivação influenciam práticas mais sustentáveis. No entanto, a motivação foi determinante para transformar informação em ação. Pessoas movidas por valores como saúde, ética ou proteção ambiental foram mais propensas a reduzir desperdícios e apoiar produtores locais.

Outro dado relevante é que o conhecimento subjetivo — a percepção de saber — pesou mais nas escolhas do que o conhecimento real. Isso reforça a importância de alinhar confiança com informações corretas, evitando equívocos como a ideia de que dietas sustentáveis são elitistas.

Desafios e caminhos

Embora a alimentação seja uma das maiores responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa, apenas 23% dos entrevistados associaram dietas sustentáveis à acessibilidade, revelando um imaginário ainda restritivo. Para os autores, campanhas educativas devem ir além da informação: precisam despertar motivação, conectando escolhas a valores pessoais.

Ações simples, como consumir alimentos sazonais, apoiar a produção local e reduzir o desperdício, ganham força quando associadas a mensagens claras e práticas.

A pesquisa destaca que adotar uma dieta sustentável exige mais do que boas intenções. É a combinação entre conhecimento e motivação que leva à mudança real. Para o público, a mensagem é direta: pequenas escolhas cotidianas, como reduzir o consumo de carne ou optar por produtos sazonais, já contribuem para a saúde do planeta e das pessoas.

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