Brasil registra menor área queimada em julho desde 2019, aponta MapBiomas

Queimadas caem 40% em julho de 2025 no Brasil, menor área desde 2019. Cerrado concentrou maior perda, com 571 mil hectare

Foto: divulgação Brigada de Alter do Chão (PA) -

O Brasil registrou em julho de 2025 a menor área queimada para o mês desde 2019, quando o MapBiomas iniciou a série histórica do Monitor do Fogo. Foram 748 mil hectares atingidos, número 40% inferior ao de julho de 2024.

Segundo a coordenadora técnica do MapBiomas Fogo, Vera Arruda, ainda é cedo para afirmar que a redução já indica uma tendência consolidada. “Essa queda pode estar associada a diferentes fatores, como o retorno das chuvas em algumas regiões, especialmente na Amazônia, a intensificação da fiscalização em áreas críticas e até uma postura mais cautelosa no uso do fogo após os prejuízos dos anos anteriores”, explicou.

A vegetação nativa foi a mais afetada em julho e respondeu por 76,5% do total queimado, enquanto áreas agropecuárias e pastagens representaram 14,3%. Entre os tipos de vegetação, a formação savânica concentrou 36% da área atingida. Esse tipo de cobertura, comum no Cerrado, é formado por campos, arbustos e árvores de pequeno e médio porte.

O Cerrado foi o mais impactado, com 571 mil hectares incendiados. A Amazônia teve 143 mil hectares queimados, seguida por Mata Atlântica (24,4 mil hectares), Caatinga (6,8 mil hectares), Pantanal (1.272 hectares) e Pampa (1.277 hectares).

Entre os estados, Tocantins liderou com 203 mil hectares, seguido por Mato Grosso (126 mil hectares) e Maranhão (121 mil hectares). Os municípios mais atingidos foram Lagoa da Confusão (TO), com 52,6 mil hectares; Mirador (MA), com 38,5 mil hectares; e Formoso do Araguaia (TO), com 34,8 mil hectares.

Vera Arruda ressalta que o período de seca no Cerrado é o mais crítico para incêndios, devido ao acúmulo de material combustível seco. “É justamente nesse momento que a prevenção deve ser intensificada, já que as principais fontes de ignição têm origem humana”, destacou.

De janeiro a julho de 2025, o país já soma 2,45 milhões de hectares queimados, uma redução de 59% em relação ao mesmo período de 2024. O Cerrado concentra metade do total, com 1,2 milhão de hectares destruídos. A vegetação nativa correspondeu a 75% das áreas atingidas no acumulado do ano.

Tocantins, Maranhão e Roraima aparecem entre os estados mais impactados no período. Somente Roraima perdeu 426,6 mil hectares, enquanto Tocantins teve 467 mil hectares e o Maranhão 329,7 mil hectares incendiados.

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