
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou, neste Dia Nacional de Combate à Poluição (14), investimento de R$ 30 milhões para a eliminação segura de equipamentos contaminados por bifenilas policloradas (PCBs), também conhecidas como ascarel. Usada no passado como isolante elétrico, a substância foi banida pela Convenção de Estocolmo devido à alta toxicidade e aos riscos à saúde e ao meio ambiente.
Segundo a diretora de Qualidade Ambiental do MMA, Thaiane Resende, as PCBs são poluentes orgânicos persistentes capazes de causar câncer, distúrbios hormonais, má-formação fetal e danos neurológicos. No Brasil, a legislação estabelece prazo até 2028 para a eliminação ambientalmente adequada desses materiais, após a identificação da contaminação.
De acordo com o Inventário Nacional de PCB, o país ainda possui mais de 500 mil toneladas de equipamentos contaminados, presentes em setores como energia, indústria, comércio e até órgãos públicos. O MMA criou o Projeto PCB Responsável, que disponibiliza orientações e lista de empresas licenciadas para a destinação correta.
O apoio financeiro prevê pagamento de R$ 1,2 mil a R$ 3,2 mil por tonelada de material contaminado, variando conforme a região. “Assim, a empresa mantém a conformidade legal, evitando penalidades e fortalecendo sua responsabilidade socioambiental”, afirmou Thaiane Resende.
A PCB (bifenila policlorada), também chamada de ascarel, é uma substância química industrial que pertence à classe dos poluentes orgânicos persistentes (POPs). Ela é um líquido oleoso, incolor ou levemente amarelado, estável quimicamente e com alta resistência ao calor e à degradação. Por isso, no passado, foi amplamente utilizada em equipamentos industriais e elétricos.
Onde a PCB é encontrada:
- Transformadores e capacitores elétricos – usados para isolar e refrigerar equipamentos de alta tensão.
- Interruptores e reatores – em sistemas de energia elétrica, garantindo isolamento elétrico.
- Fluidos hidráulicos e lubrificantes especiais – em algumas máquinas industriais.
- Tintas e selantes antigos – como aditivo para impermeabilização e estabilidade química.
- Equipamentos eletrônicos antigos – placas de circuito, condensadores e transmissões de energia.
O grande problema é que, por ser persistente, a PCB não se decompõe facilmente e pode contaminar o solo, a água e os alimentos, acumulando-se no organismo humano e causando efeitos tóxicos, como câncer, distúrbios neurológicos e hormonais.
Observação: PCBs não são mais produzidas, mas equipamentos antigos ainda podem conter a substância. A destinação correta exige empresas licenciadas para evitar riscos à saúde e ao meio ambiente.
Receba as principais notícias sobre sustentabilidade no seu WhatsApp! Basta clicar aqui