Pesquisadores da Universidade de Queensland (UQ), na Austrália, construíram um nanogerador que produz energia elétrica ao absorver dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases do efeito estufa. A novidade foi descrita no periódico Nature Communications em 26 de março, mas só foi divulgada em comunicado no último dia 18 de abril.
Com pequenas dimensões, o nanogerador é feito de dois componentes: gel de poliamina, já usado pela indústria para absorver CO2; e nitrato de boro, que é capaz de gerar íons positivos e negativos.
“Descobrimos como tornar os íons positivos muito maiores que os íons negativos e, como os diferentes tamanhos se movem em velocidades diferentes, eles geram uma corrente de difusão que pode ser amplificada em eletricidade para alimentar lâmpadas ou qualquer dispositivo eletrônico”, explica Zhuyuan Wang, do Centro Dow para Inovação em Engenharia Sustentável da UQ, em comunicado.
Para fabricar o nanogerador, os cientistas misturaram o gel de poliamina e nitrato de boro a um hidrogel composto por 90% de água. Em seguida, os componentes foram moldados em discos de 4 centímetros e pequenos retângulos, os quais foram posteriormente submetidos a testes dentro de uma caixa selada e preenchida com CO2.
Funcionamento até a geração de energia elétrica
“Quando vimos sinais elétricos saindo, fiquei muito animado, mas preocupado por ter cometido um erro”, recorda Wang. “Verifiquei tudo e estava funcionando corretamente, então comecei a sonhar em mudar o mundo usando essa tecnologia.”
Os pesquisadores planejam ampliar as dimensões do gerador visando gerar eletricidade para alimentar dispositivos como celulares ou laptops. Além disso, eles exploram sua aplicação no processo industrial de captura de dióxido de carbono para a produção de eletricidade.
O nanogerador é negativo em carbono: ele não só compensa a liberação, mas de fato consome o gás do efeito estufa. Atualmente, os geradores convencionais são alimentados por óleo diesel. Já as alternativas verdes, como os dispositivos que funcionam por meio de fontes renováveis, comportam as preocupações ambientais, mas não são negativos em emissões.
“Queremos perceber o valor de um gás de efeito estufa problemático e mudar a percepção do CO2”, disse Xiwang Zhang, diretor do Centro Dow para Inovação em Engenharia Sustentável. “Até agora, o CO2 tem sido visto como um problema a ser resolvido, mas pode ser um recurso para o futuro.”
Confira o vídeo que mostra um nanogerador que transforma CO2 em eletricidade funcionando aqui!
Fonte: Redação Galileu
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