É um método bom e barato. Corpos hídricos planeta afora, como rios e lagos, sofrem com a poluição química, de resíduos despejados nas águas, assim como sentem o impacto dos plásticos, um lixo com potencial reciclável gerado pela sociedade que ameaça a biodiversidade desde os córregos das cidades até os oceanos, intoxicando animais.
A pesquisadora Soni Pradhanang monta cuidadosamente uma plataforma de isopor e esteiras de bambu, depois a entrelaça com braçadeiras de plástico e fibra de coco. Assim, nesta estrutura, mais de 50 plantas com flores vermelhas são colocadas, em furos que permitem o contato das raízes com a água.
“Eu sou barata”, ela diz, rindo, segundo a reportagem da revista Wired. A experiência estava sendo feita em um lago do Nepal, mas a cientista está ligada à Universidade de Rhode Island, nos Estados Unidos.
Aprimoramento de material reciclável
Pradhanang é hidrologista e estuda como aprimorar a qualidade da água. Nos últimos sete anos ela desenvolveu soluções acessíveis usando lixo reciclável.
Chamados de sistemas de tratamento de pântanos flutuantes (FTWS, na sigla em inglês), as plataformas flutuantes de 1,20 metros por 1,80 metro são cobertas com plantas. Quando suas raízes são submersas em água contaminada, as plantas sugam poluentes para seus caules e folhas à medida que crescem. Por sua vez, elas deixam para trás o oxigênio dissolvido capturado durante a fotossíntese, que sustenta a vida abaixo da superfície.
Dessa forma, para limpar águas contaminadas por efluentes com nitratos e fosfatos, advindos da agricultura e também da contaminação urbana, o projeto no Nepal passou por cinco anos de testes. A iniciativa já tem núcleos na Índia e Bangladesh, afirma a reportagem. Assim, a meta central é diminuir a poluição e incentivar a reciclagem.
Testes práticos
Uma das viabilidades do sistema de tratamento está em seu tamanho. São peças pequenas, do tamanho de um colchão de solteiro, mas podem se conectar para formar plataformas maiores, que tratam áreas maiores de água.
Em Nagdaha, lago que serve como teste há quase dois anos, há cinco grandes plataformas, cada uma com oito FTWSs. Os resultados do The Small Earth Nepal, grupo local que administra a experiência, mostram que os sistemas reduzem significativamente as concentrações de nitratos, metais pesados e fósforo no lago.
Fonte: Um Só Planeta
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