O Instituto Sustentabilidade Brasil (ISB) lança, no próximo dia 13 de outubro, o Relatório Técnico Integrado – Diálogos e Contribuições da Conferência Sustentabilidade Brasil 2025. O documento sintetiza as principais recomendações e artigos resultantes dos debates realizados durante a conferência nacional, em junho deste ano, no Espírito Santo. Além disso, o relatório será apresentado oficialmente na Casa Sustentabilidade Brasil, durante a COP30, que acontece em novembro em Belém, no Pará.

A Conferência reuniu mais de 2.422 participantes e cerca de 300 especialistas — entre representantes de comunidades tradicionais, academia, setor privado, sociedade civil e governos. Foram mais de 100 horas de debates, distribuídas em 40 painéis, 13 trilhas temáticas e seis grupos de trabalho. Assim, o evento se consolidou como um dos principais espaços de preparação social e técnica do Brasil para a COP30.

Soluções práticas para a transformação

Guiadas pela pergunta “Qual a solução prática para a transformação?”, as discussões geraram sete artigos propositivos e 20 artigos científicos. O material foi sistematizado em um relatório técnico que propõe um conjunto interconectado de abordagens sistêmicas. Desse modo, elas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU — incluindo o ODS 18 – Igualdade Étnico-Racial.

O documento também destaca o Manifesto do Povo Indígena Puri (2025), que reforça a visão de interdependência entre todas as formas de vida:

“Para nós, indígenas, é fundamental que se reconheça que a vida no nosso planeta é interdependente, e que todos nós — indígenas, não indígenas e demais formas de vida — dependemos da Terra.”

Principais recomendações

O relatório elenca sete eixos prioritários de ação:

1. Justiça climática e povos tradicionais – reconhecimento dos saberes ancestrais como tecnologia de resposta à crise climática e protagonismo de mulheres indígenas e negras na governança climática.
2. Transição energética e inovação – ampliação do uso de energias renováveis, biometano e gás natural como combustíveis de transição e incentivo a arranjos produtivos locais.
3. Modelos econômicos regenerativos e agronegócio sustentável – estímulo à bioeconomia, agricultura regenerativa, bioinsumos e mecanismos financeiros inovadores.
4. Economia azul e setor marítimo-portuário – fomento à economia oceânica sustentável e modernização da regulação do setor portuário.
5. Saúde e bem-estar – adaptação do SUS aos riscos climáticos até 2035 e promoção de espaços verdes urbanos como forma de prevenção.
6. Comunicação, cultura e educação – combate à desinformação climática e inclusão de educação ambiental e oceânica nos currículos escolares.
7. Políticas públicas e governança – modernização da legislação ambiental, fortalecimento da governança participativa e transparência na gestão pública.

Base técnica para a COP30

As recomendações apresentadas no Relatório Técnico Integrado – Diálogos e Contribuições demonstram que a sociedade brasileira já dispõe de soluções concretas para enfrentar os desafios da emergência climática e socioambiental. Em síntese, elas reforçam um esforço coletivo em prol da sustentabilidade.

De acordo com as diretrizes do Instituto Sustentabilidade Brasil, o conteúdo não substitui políticas oficiais. No entanto, ela oferece subsídios técnicos e sociais que podem orientar o poder público, empresas e negociadores brasileiros durante a COP30.

O lançamento do relatório marca, portanto, mais um passo na consolidação do Espírito Santo como referência em sustentabilidade, inovação e diálogo multissetorial no cenário nacional. O processo continuará em 2026, com uma nova conferência nacional destinada a aprofundar e atualizar as propostas construídas de forma colaborativa.

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