As empresas de tecnologia precisam de enormes data centers para armazenar suas infraestruturas de TI. Estes locais, por sua vez, precisam de energia 24 horas por dia para operarem. Por conta da necessidade de redução das emissões de gases de efeito estufa, que agravam as mudanças climáticas, big techs dos Estados Unidos têm buscado soluções de energia limpa para incorporar às suas instalações.
Como turbinas eólicas e painéis solares sozinhos não conseguem fornecer a quantidade suficiente, o foco tem sido em novos tipos de energia geotérmica. Uma que começa a ganhar destaque é a coleta de calor das profundezas da superfície da Terra para criar eletricidade sem emissões, usando técnicas de perfuração semelhantes às do fracking (fraturamento hidráulico) de petróleo e gás.
Dentre as companhias que irão apostar neste recurso está a Meta. A dona do Facebook, do Instagram e do WhastApp anunciou esta semana um acordo com a startup Sage Geosystems para o desenvolvimento de até 150 megawatts de um tipo avançado de energia geotérmica que ajudaria a alimentar a sua crescente matriz de data centers. Isso é eletricidade suficiente para abastecer 70 mil lares.
O trabalho da Sage, como explica o The New York Times, é criar fraturas a milhares de metros abaixo da superfície e bombear água para dentro delas. O calor e a pressão subterrânea devem aquecer a água até o ponto em que ela possa ser usada para gerar eletricidade em uma turbina.
Grandes nomes do ramo
“É basicamente a mesma tecnologia de fracking”, disse Cindy Taff, presidente-executiva da startup que anteriormente trabalhou por 36 anos na Shell. “A diferença é que estamos buscando calor limpo em vez de hidrocarbonetos”, como petróleo e gás.
A empresa já perfurou um poço de testes no sul do Texas para demonstrar a abordagem. Agora, pretende construir sua primeira usina de energia em larga escala em um local ainda a ser determinado. A expectativa é que a primeira fase entre em operação até 2027.
Outra gigante da tecnologia que recorreu à energia geotérmica é o Google. A companhia, inicialmente, fechou um acordo com a startup Fervo Energy para a construção de uma usina piloto de 5 megawatts em Nevada, nos EUA, – e a unidade já começou a operar. Recentemente, o acordo foi expandido para atender outros data centers do Google.
O NYT destaca que a Fervo também está construindo uma usina de 400 megawatts no estado norte-americano de Utah que venderá eletricidade para concessionárias de serviços públicos no sul da Califórnia e deve entrar em operação a partir de 2026.
Energia geotérmica
A energia geotérmica existe há décadas, mas as usinas que a utilizam, de modo geral, eram limitadas a lugares onde as empresas podiam facilmente acessar reservatórios subterrâneos de água quente perto da superfície. E apenas algumas regiões têm a geologia certa para isso, como partes da Califórnia e Islândia.
Contudo, o planeta possui enormes quantidades de calor subterrâneo, basta alguém perfurar fundo o suficiente. E é isso o que muitas startups estão fazendo. O trabalho ainda é caro, mas os custos estão caindo à medida que os negócios ganham experiência.
“Já estamos muito à frente do que as pessoas esperavam e esperamos reduções de custos mais drásticas no futuro”, afirmou Tim Latimer, presidente-executivo da Fervo.
Atualmente, a energia geotérmica fornece apenas 0,4% da eletricidade dos Estados Unidos. Porém, se as tecnologias continuarem evoluindo, o Departamento de Energia do país estima que ela poderá fornecer 90.000 megawatts de capacidade elétrica até 2050, o que representa um aumento de 20 vezes.
Fonte: Um Só Planeta
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