Mar Mediterrâneo bate recorde com temperatura mais quente já registrada

Pelo segundo ano consecutivo recorde histórico é atingido, beirando os 29ºC

Foto de Nilina - PixaBay -

Na última quinta-feira, algo inédito, histórico e preocupante assustou os pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar de Barcelona e do Instituto Catalão de Pesquisa para a Governança do Mar, na Espanha. Responsável por banhar o sul da Europa, o norte da África e o oeste da Ásia, o Mar Mediterrâneo atingiu impressionantes 28,9ºC.

Considerado uma das mais importantes rotas marítimas, o Mediterrâneo tem um comprimento de 3700 quilómetros e abrange uma área de 2 966 000 km2. Ele atingiu sua maior temperatura desde que os registros de medições iniciaram -esses são datados de 1982 pelo satélite do Observatório Europeu Copernicus.

Em 2003, uma onda de calor excepcional atingiu o continente europeu e marcou a história por bater o recorde -até então- atingindo 28,25ºC. Entretanto, a preocupação dos cientistas e pesquisadores dos Institutos que promoveram o levantamento está na repetição do feito pelo segundo ano consecutivo. No verão passado, em 2023, esse número tinha sido desbancado por intensos 28,71ºC. Ou seja, é o segundo ano que a estação vem superando os termômetros anteriores. Qual será os efeitos e consequências para o planeta -humanidade e ecossitemas- se esses episódios tornarem-se cíclicos e recorrentes?

Consequências do fato ocorrido no Mediterrâneo

O superaquecimento desse mar -que banha 3 penínsulas no Sul da Europa- e de todos os demais oceanos causa impactos diretos e irreversíveis não exclusivamente a vida marinha, mas a todo o ecossistema os quais ele faz parte em algum patamar da cadeia ecológica. A migração forçada de algumas espécies e propagação de outras invasoras desregula e afeta toda a cadeia alimentar, desde a marinha até a humana, por exemplo.

“O que é notável não é tanto atingir um máximo num determinado dia, mas observar um longo período de altas temperaturas, mesmo sem bater um recorde. Desde 2022, as temperaturas da superfície têm estado anormalmente altas durante longos períodos, mesmo se considerarmos um ambiente de mudanças climáticas.”, disse o pesquisador Justino Martinez à AFP.

Se os estoques da vida marinha entram em colapso, refletirá na dieta dos seres humanos e, consequentemente, colocando em risco a segurança alimentar de várias partes do planeta. Além disso, águas mais quentes de oceanos também são menos capazes de absorver os gases de efeito estufa, reforçando o ciclo vicioso do aquecimento global.

Receba as principais notícias sobre sustentabilidade no seu WhatsApp! Basta clicar aqui