Frente às devastadoras enchentes do Rio Grande do Sul, fica cada vez mais evidente a necessidade de estratégias para proteger quem vive em áreas suscetíveis a esse tipo de catástrofe -refugiados do clima. O problema vem sendo debatido há muito tempo por quem estuda os impactos sociais das mudanças climáticas, mas é constantemente negligenciado pelo poder público e por grande parte da população.

De acordo com a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), em 2022, 70% dos refugiados ao redor do mundo fugiram de países altamente vulneráveis ao clima. Essa estimativa inclui pessoas que conseguiram asilo em países estrangeiros e também solicitantes.

Mas o problema não para por aí. O órgão afirma que cerca de 60% das pessoas deslocadas à força e apátridas vivem em países frágeis e/ou afetados por conflitos. Essa parcela está entre as mais vulneráveis às mudanças climáticas e menos preparados para se adaptar. “Muitos dos países que foram mais generosos em acolher refugiados também são os mais impactados pela crise climática”, diz o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, em comunicado da entidade.

Refugiados do clima

Em abril, foi lançado o Fundo de Resiliência Climática da ACNUR. A meta é arrecadar 100 milhões de dólares (o que equivale a mais de 515 milhões de reais) até o final de 2025. A entidade visa apoiar refugiados, comunidades anfitriãs e países de origem mais afetados pela emergência climática. Assim, visam promover a inclusão de refugiados em medidas relacionadas ao clima.

Na sexta-feira (10), a ACNUR informou que as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul incluem cerca de 41 mil pessoas refugiadas. Além disso, há outras sob proteção internacional – citando, em especial, venezuelanos e haitianos.

Fonte: Revista Galileu

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