No domingo (9), Belém, capital do Pará, se tornou palco de mais uma iniciativa voltada à agenda climática global. A Casa Sustentabilidade Brasil foi oficialmente inaugurada a cerca de 600 metros da COP30. Ela se propõe a ser um espaço independente de diálogo, cooperação e construção de soluções práticas para o desenvolvimento sustentável.
Promovida pelo Instituto Sustentabilidade Brasil (ISB), a Casa vai sediar, ao longo dos próximos dias, uma programação intensa de debates. Além disso, ela será palco de painéis e lançamentos que aproximam governos, setor privado, academia, comunidades tradicionais e sociedade civil.
Um marco para o movimento de sustentabilidade
Durante a cerimônia de abertura, o presidente do ISB, Elias Carvalho, destacou que o movimento “sai do discurso” e passa a ter expressão concreta com o lançamento do Relatório Técnico Integrado – Diálogos e Contribuições da Conferência Sustentabilidade Brasil 2025, que foi realizada em junho, no Espírito Santo.
“Hoje celebramos um marco importante: o lançamento do relatório, resultado de um trabalho que reuniu mais de 300 especialistas e 2.400 participantes de todo o país”, afirmou Carvalho, salientando que o documento inclui um capítulo dedicado às comunidades tradicionais e apresenta recomendações concretas para políticas públicas, práticas econômicas e educação.
Segundo ele, o relatório segue os principais padrões internacionais e está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Além disso, tem versões em português e inglês para dar visibilidade global às soluções brasileiras.
“O que começa aqui não termina na COP30. A partir desta Casa, iniciamos também a estruturação da Conferência Sustentabilidade Brasil 2026”, adiantou Carvalho, reforçando que a próxima edição aprofundará os diálogos iniciados na Amazônia e fortalecerá a conexão entre academia, setor privado e poder público.
Espírito Santo em destaque
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, participou da inauguração e destacou a presença capixaba na iniciativa. “Nosso objetivo é ter um Estado com qualidade de vida. E, para isso, é preciso proteger os recursos naturais”, afirmou.
Casagrande defendeu que os estados e municípios tenham papel ativo na implementação das metas climáticas acordadas globalmente e criticou a distância entre discurso e prática nas conferências internacionais. “A gente precisa implementar, para que esta COP seja a COP da implementação”, afirmou.
Assim o governador ressaltou o caráter de vitrine da Casa Sustentabilidade Brasil para o Espírito Santo. “Aqui tem um pedacinho do nosso estado — nossos cafés especiais, nossa gastronomia, nossa cultura. Queremos que o Brasil e o mundo conheçam o Espírito Santo”, disse.
A cerimônia de abertura também contou com a presença do presidente do Conselho Regional de Química da 14ª Região (CRQ XIV), Gilson da Costa Mascarenhas, que destacou o papel estratégico da ciência e da inovação na agenda climática.
“A Casa Sustentabilidade Brasil nasce como um espaço de encontro entre instituições, empresas e sociedade civil, unindo forças em torno de um mesmo objetivo: promover um futuro sustentável, justo e evolutivo para o Brasil e para o mundo”, afirmou.
Mascarenhas ressaltou ainda que a Química é essencial para a transição energética, a inovação e o uso racional da água, e que o Sistema CFQ-CRQ “une-se a esse propósito, colocando a educação e a pesquisa a serviço da sustentabilidade”.
“Estamos à disposição para transformar conhecimento em soluções concretas que contribuam para o avanço da agenda climática e ambiental do país”, completou.
Sustentabilidade em pauta
Com estrutura de auditórios, lounges, áreas de convivência e um espaço gastronômico, a Casa Sustentabilidade Brasil pretende ser um ponto de encontro para quem acredita na sustentabilidade como eixo de transformação social e econômica.
Além disso, a Casa mantém sintonia temática com a COP30, abordando pautas como justiça climática, transição verde, inovação tecnológica e inclusão social — em uma proposta de somar esforços à agenda global discutida oficialmente na conferência da ONU. “Que esta Casa seja, portanto, durante a COP30, um espaço de disputa, cooperação e construção coletiva. Um futuro sustentável começa aqui”, concluiu Elias Carvalho.
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