Na terça-feira (19), durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, o governo brasileiro, a ONU e a Unesco anunciaram uma parceria para combater a desinformação que retarda ou impede ações climáticas. A Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas busca fortalecer as pesquisas e impulsionar medidas urgentes, em um momento crítico em que cientistas alertam sobre a escassez de tempo para agir.
A ONU e a Unesco se uniram ao Brasil neste esforço, e outros países e organizações internacionais comprometidos com a ação climática e a veracidade da informação estão sendo convidados a participar. Até o momento, Chile, Dinamarca, França, Marrocos, Reino Unido e Suécia confirmaram apoio.
“As ações de combate às mudanças climáticas também são muito afetadas pelo negacionismo e pela desinformação. Os países não podem solucionar este problema sozinhos. Esta iniciativa reunirá países, organizações internacionais e redes de pesquisadores para apoiar esforços conjuntos de combate à desinformação e promover ações para a COP30 no Brasil”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em discurso de abertura do segundo e último dia da Cúpula de Líderes do G20, que reúne as 19 maiores economias mais União Europeia e União Africana.
Iniciativa Global
Embora tenha começado no âmbito do G20, a iniciativa está sendo estruturada como uma colaboração internacional entre Estados e organizações, com o objetivo de financiar pesquisas e ações que garantam a precisão da informação sobre questões climáticas. A proposta busca ampliar o estudo sobre a desinformação climática e seus impactos, reunindo dados globais para fundamentar e fortalecer ações, campanhas de defesa e estratégias de comunicação.
“Sem acesso a informação confiável sobre a disrupção climática, nunca seremos capazes de superá-la. Por meio desta iniciativa, nós apoiaremos os jornalistas e pesquisadores que investigam as questões climáticas, por vezes com grandes riscos para si próprios, e combateremos a desinformação relacionada ao clima que se espalha de forma descontrolada pelas redes sociais”, afirmou a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.
Os países que aderirem à iniciativa contribuirão para um fundo gerido pela Unesco, com a meta de arrecadar entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões nos próximos 36 meses. Esse montante será repassado a organizações não governamentais por meio de subsídios, para apoiar pesquisas sobre a integridade da informação climática, o desenvolvimento de estratégias de comunicação e a realização de campanhas de conscientização pública.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, afirmou que, para o governo brasileiro e o presidente Lula, essa iniciativa é de grande relevância.“O tema da desinformação, das Fake News, da integridade da informação tem ganhado cada vez mais relevância nos fóruns internacionais. Cada vez mais há uma compreensão dos países e de órgãos multilaterais que se esforcem no sentido de que a gente possa constituir protocolos, iniciativas comuns para de uma forma ou de outra coibir essa prática e ao mesmo tempo construir alternativas que sirvam como referência de informação confiável, investirmos na educação midiática para formação da sociedade para lidar com as novas tecnologias. Temos que incorporar nessa agenda o tema da inteligência artificial”, completou.
*Com informações da Agência Brasil
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