
Por Fernanda Zandonadi
Um novo estudo publicado na revista Scientific Reports aponta que o uso de algas marinhas na alimentação de bovinos e ovinos pode ajudar a reduzir as emissões de metano — um dos gases de efeito estufa mais potentes —, mas os benefícios ainda são menores do que o esperado.
A pecuária responde por cerca de 12% das emissões globais de gases de efeito estufa, e o metano liberado na digestão dos animais é um dos principais responsáveis. Pesquisadores avaliaram diferentes espécies de algas como suplemento alimentar e observaram reduções de 4% a quase 60% nas emissões de metano.
Apesar do resultado, o impacto climático total foi modesto: na maioria dos casos, a queda nas emissões globais ficou entre 3% e 9%. Isso porque a produção, o processamento e o transporte das algas consomem muita energia e água, o que acaba reduzindo os ganhos ambientais.
Algumas espécies, como a Asparagopsis taxiformis, se mostraram mais eficientes, mas enfrentam desafios de escala e até riscos ambientais, já que contêm compostos que podem afetar a camada de ozônio.
Segundo os autores, as algas marinhas podem ser parte da solução, mas não bastam sozinhas. Para reduzir de forma significativa o impacto da pecuária, será preciso combinar essa estratégia com outras medidas, como o manejo do esterco, melhorias no pastejo e o uso de energia limpa nos processos produtivos.
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