Ter consciência ambiental e fazer escolhas sustentáveis se tornou um comportamento fundamental em qualquer área da vida. E, na hora de construir ou reformar não seria diferente. Até mesmo porque a construção civil é uma atividade que traz impactos consideráveis ao meio ambiente — desde a produção dos materiais até o descarte dos resíduos de uma obra. Ao longo desse caminho, muitos processos podem acabar prejudicando a natureza ao redor.
Há alguns anos, a sustentabilidade figurou como uma tendência que ditava as técnicas e os processos de indústrias de vários segmentos e também acabou impulsionando o desenvolvimento de materiais de construção sustentáveis. Hoje, trata-se de um paradigma a ser seguido. Por isso, é importante entender o que são e quais os principais materiais sustentáveis. Dessa forma, você poderá fazer escolhas mais inteligentes desde o início de seu projeto.
Como reconhecer um material sustentável
Um material de construção sustentável, em geral, é aquele que causa menos danos ao meio ambiente, à saúde das pessoas que trabalham com ele na obra e aos trabalhadores durante o processo produtivo. Podem ser industrializados ou artesanais, mas é essencial que não sejam tóxicos e sejam menos poluentes. Alguns critérios podem te ajudar a definir se um determinado material é ecológico ou não. Veja!
Fonte e extração da matéria-prima: verifique se a origem e a retirada ocorre de maneira legal.
Processo produtivo: procure saber se durante a produção há pouco gasto de energia e água, além dos desperdícios.
Responsabilidade dos fornecedores: cheque as políticas e questões legais da empresa fornecedora.
Certificações e selos: procure por produtos que sejam certificados, que atestam e dão credibilidade.
10 materiais sustentáveis que você precisa conhecer
1. Concreto reciclado
A ideia do concreto reciclado consiste em usar os resíduos da própria obra para substituir os materiais de fontes naturais, geralmente usado na sua composição. Para fazer o material, mistura-se cimento, água, areia e pedras do tipo brita.
O concreto pode ser reciclado fresco ou endurecido, e existem equipamentos adequados para fazer a reciclagem dos componentes. Por isso, outros materiais como tijolos e telhas, que iriam para o lixo, podem ser reutilizados e acrescentados à mistura, gerando um material de construção sustentável.
2. Bioconcreto
O material é feito com a adição de um componente biológico — um tipo de bactéria — acrescentado na mistura. Dessa forma, o microorganismo consegue selar fissuras no concreto de modo autônomo. O bioconcreto ainda está sendo testado em construções ao redor do mundo, mas vem ganhando projeção e, em breve, deve ser algo bastante usado.
3. Telhas ecológicas
As telhas ecológicas podem ser feitas de fibras naturais ou de componentes reciclados, o que torna o material mais leves e menos nocivo à natureza. Já estão à venda no mercado. Além disso, é possível usar os telhados verdes — que são estruturas com uma espécie de jardim ou gramado no topo.
4. Tinta ecológica
O que diferencia as tintas ecológicas das tradicionais é que este material é feito de insumos naturais e não tem compostos sintéticos. Por isso, não contém substâncias tóxicas derivadas do petróleo. Atualmente, há no mercado tintas feitas de materiais biodegradáveis, produzidas a partir de pigmentos naturais, minerais e proteínas do leite. Dessa forma, esse tipo de tinta é mais sustentável desde a produção até o descarte, que não prejudica o meio ambiente.
5. Tijolos ecológicos
Os tijolos ecológicos estão cada vez mais ganhando espaço no mercado da construção civil. E existem diversos tipos: industrializados, como o Replast — feito de plástico retirado dos oceanos — e artesanais, como os de solo-cimento — que tem um processo de fabricação que não exige queima em forno à lenha, o que evita desmatamentos e não polui o ar.
6. Lâmpadas de LED
As lâmpadas de LED duram muito mais do que as incandescentes, que já foram até retiradas do mercado. A vida útil deste material de LED é cerca de 25 vezes maior do que a das incandescentes e quatro vezes maior quando comparado às fluorescentes, de acordo com o Inmetro. Apesar de o custo ainda ser mais alto, a lâmpada de LED é mais resistente e isso também a torna mais econômica. O LED também não emite radiação ultravioleta nem infravermelha, e reduz bastante a conta de energia.
7. Vidros inteligentes
Também conhecidos como vidros ecológicos, os vidros inteligentes são alternativas que proporcionam funcionalidades além da questão estética. Alguns têm proteções solares que barram os raios UV e boa parte do calor. Outros alteram de cor automaticamente conforme a incidência do sol. Existem também opções de vidros ecológicos autolimpantes, que reduzem a necessidade de limpeza constante. Há também uma nova tecnologia que integra o uso com placas fotovoltaicas. Ou seja, esses vidros captam parte da energia solar e produzem energia elétrica.
8. Isopet
Trata-se de um bloco de concreto leve com EPS reciclado. O isopet geralmente é usado na construção de casas populares, diminuindo custos e aumentando a eficiência termoacústica da edificação. Como são feitos com isopor reciclado, são mais ecológicos e demandam menos recursos naturais.
9. Blocos de adobe
Muito comum no interior do Brasil (Minas Gerais, Goiás e Bahia), o bloco de adobe já era usado em construções milenares, como a da Muralha da China. A técnica consiste no molde de uma mistura de água, terra e fibras naturais (palha e esterco, por exemplo) que pode ser feito na própria obra.
10. Isolamento ecológico
Alguns materiais usados nos isolamentos comuns têm componentes químicos e podem ser cortantes, como a fibra de vidro. Mas, o mercado já oferece alternativas para essa etapa da construção. Algumas soluções são inusitadas, como o isolamento fabricado a partir de jeans reciclados, jornal, papelão, lã mineral e garrafas PET.
Fonte: Nádia Simonelli / Casa Vogue
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