
A crescente preocupação com o declínio de abelhas no meio ambiente, essenciais para a manutenção da biodiversidade e da produção de alimentos, foi o tema central da conversa com a bióloga Camilla Zanotti Gallon, diretora da Associação dos Meliponicultores do Espírito Santo (AME-ES). Em entrevista ao podcast Sustentabilidade Brasil, a especialista alertou para os impactos negativos do desmatamento e do uso inadequado de agrotóxicos, um cenário que exige atenção urgente de toda a sociedade.
“Temos declínio de polinizadores, causado por desmatamento e uso indevido de agrotóxicos. Isso é preocupante, há países que fazem polinização manual, então temos de nos preocupar. As mudanças climáticas estão acontecendo e temos um desafio pela frente”, enfatizou Camilla Zanotti Gallon, destacando a gravidade da situação e a necessidade de ações preventivas.
A diretora da AME-ES apontou o ambiente rural como um dos mais críticos nesse contexto. “Tem de haver políticas públicas ou conscientização ambiental dos produtores para combinar horário de aplicação de agrotóxicos, não aplicar perto de colmeias. Precisamos produzir alimentos e os defensivos são úteis, mas existe um manejo adequado desses produtos para não prejudicar o meio ambiente”, explicou.
Apesar do cenário desafiador, Camilla ressaltou o enorme potencial do Espírito Santo na área da meliponicultura. Ela também chamou a atenção para uma joia da biodiversidade capixaba: a uruçu-capixaba, uma espécie de abelha que só existe na Região Serrana do Estado e que se encontra em risco de extinção.
A entrevista com a diretora da AME-ES acende um alerta para a necessidade de práticas mais sustentáveis e para a valorização da meliponicultura como uma alternativa econômica e ambientalmente responsável. A proteção das abelhas, especialmente de espécies como a uruçu-capixaba, é crucial para garantir a manutenção da biodiversidade e a segurança alimentar no Espírito Santo, no Brasil e no mundo.
Confira a entrevista completa:
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