O estado do Espírito Santo tem se consolidado como protagonista em diversas áreas, destacando-se nacionalmente por sua gestão pública eficiente, solidez fiscal, transparência e segurança. Ao mesmo tempo, tem reforçado uma posição de liderança em questões globais emergentes, como a resiliência climática. Este cenário coloca o estado em um momento estratégico e crucial, com a oportunidade de se firmar como uma referência mundial em governança e no desenvolvimento, cumprindo uma agenda ESG.
Nesse contexto, está sendo elaborado o plano “ES 500 Anos“, uma iniciativa ambiciosa de longo prazo, com perspectiva de execução até 2035. Este plano estadual é fruto de um processo colaborativo e inclusivo, que mobiliza a inteligência coletiva de governos, sociedade civil , setor privado e organizações representativas. Juntos, esses investidores buscam traçar uma trajetória robusta e inovadora para o futuro do estado, com foco em avanços inovadores em áreas como sustentabilidade e inovação, por exemplo.
Espírito Santo
Aproveitando o momento que o Estado capixaba protagoniza, a capital, Vitória, foi escolhida para sediar a conferência global Horasis que, pela primeira vez pisa em solos latino-americanos. Assim, valendo-se do ensejo, uma das principais plenárias da programação teve como tema: “”ES 500 anos: Transformando o Espírito Santo em um Estado liderado por ESG”. O principal objetivo da sessão foi apresentar na voz de representantes da esfera pública planos e esboços práticos para os próximos anos.
A grande questão que se colocou foi: como transformar este plano em uma execução efetiva até 2035, garantindo que ele seja plenamente concretizado? Além disso, é possível que este modelo de planejamento estratégico e cooperação multissetorial se torne uma referência global, oferecendo soluções escaláveis e aplicáveis a outros contextos ao redor do mundo? O sucesso dessa empreitada poderá, de fato, posicionar o Espírito Santo como um exemplo de governança e desenvolvimento sustentável, com impacto nacional?
Autoridades públicas presentes
No painel estiveram presentes Renato Casagrande, Governador do Estado do Espírito Santo; Márcio França, Ministro de Empreendedorismo; Pedro Ferraço, Head da Apex Partners; Paul Clements-Hunt, fundador do grupo The Blended Capital Group do Reino Unido; e Nailson Dalla Bernadina, representando o ES em Ação.
As discussões se iniciaram com colocações e provocações do governador com tópico sobre para onde o estado capixaba deseja chegar. Com isso, Casagrande afirmou que é necessário avanços efetivos dentro de uma administração possível que integre as políticas ESG (Ambiental, Social e Governança) sem comprometer o desenvolvimento econômico, por exemplo. Assim, destacou a necessidade de desmistificação da “sustentabilidade e progresso” responsável pela produtividade de uma economia. Pincelando ações, dentro desse raciocínio, citou a criação e sucesso do Cadastro Rural Ambiental nas propriedades do agronegócio do estado. Além disso, referiu medidas e projetos em andamento para melhorias no saneamento básico espírito-santense.
“O Espírito Santo é o ponto de encontro de regiões. É a convergência do nosso país!”
Renato Casagrande – Governador ES
Os representantes da gestão pública, sublinharam a estratégia de trazer previsibilidade e comunicação assertiva à população. Assim, referiram feitos de conquistas capixabas como o título de 3º estado com melhor segurança alimentar do Brasil e o 2º melhor IDH nacional, com a expectativa de vida de 80 anos -2023-, juntamente com Santa Catarina. A região também foi cumprimentada pelo posto de estado mais transparente da federação.
Ótica de mercado
Pedro Ferraço, Vice- Presidente da APEX, corroborou tópicos sobre a governança pública capixaba. Assim, afirmou que essa administração se relaciona muito bem entre a Assembleia, entre o Ministério Público, além de possuir uma boa relação com as entidades privadas. Dessa forma, disse que esse feito por si só não significa dizer que todos concordam, entretanto, acredita que há um diálogo respeitoso em prol do desenvolvimento daquilo que faz sentido para o ES como um todo.
“Aqui tem regra, e essa regra do jogo é respeitada. Isso de certa forma, é uma boa governança. E nós como empresários, conseguimos confiar no estado e, consequentemente, investimos nele. Quando vamos para o social, também entendemos que as oportunidades de contratação e IDH são superiores aos níveis nacionais. Da mesma forma, na área do meio ambiente somos referência por várias iniciativas que colocam o Espírito Santo aberto para o mundo para, assim, receber diversos tipos de investimentos. “
O empresário, finalizou ainda, enaltecendo a regência capixaba na esfera fiscal, uma vez que, é o 12º ano que o ES recebe nota A do Tesouro Nacional graças ao equilíbrio das contas públicas.
“Só cuida das pessoas quem cuida das finanças. Assim, entendo que o Espírito Santo cumpre muito bem esse papel, e para mim é um privilégio poder empreender por aqui, aléme de apoiar esse tipo de evento que muito nos ajuda a entender quais foram e são as boas práticas que deram certo lá fora, pois, é partir dessa troca de diálogo que as trazemos para o ES.”
Pedro Ferraço, Vice-Presidente APEX
Representação do Governo Federal
O Ministro de Empreendedorismo, Márcio França, discorreu que ao seu ver, em um panorama de nivelamento nacional, o Espírito Santo conseguiu manter e continua a zelar por uma estrutura de preservação ambiental com legislações e fiscalizações bem avançadas se comparado com o restante do mundo. Assim, citou que o Brasil divide desafios com outros países do hemisfério Sul sobre como compatibilizar o desenvolvimento social junto com a preservação do ambiente, uma vez que 50% do território brasileiro é intocável.
Em contrapartida, destaca que o Brasil é o principal produtor de alimentos agrícolas do mundo. Além de ser o 1º em 10 itens da agricultura e o 1º no fornecimento de algumas proteínas. Entretanto, pondera que, em antemão, possui o desafio de em meio a esse posto preocupar-se com a preservação de áreas que são um patrimônio para toda a humanidade. “Esse equilíbrio só é possível quando se tem governos que conseguem enxergar esses dois lados”, afirmou o Ministro.
“Em um modo geral, nós temos sofrido muito com os problemas gerados pela falta de cuidado que nós tivemos com o clima, com a natureza e com a preservação, por muito tempo. Agora, essa é uma luta difícil de se cravar, pois de um lado temos a geração de empregos e a necessidade do desenvolvimento e do outro lado temos a necessidade da preservação.”, disse França.
Posição do Espírito Santo perante o país
Continuando, completou sua fala afirmando que quando se tem um governo democrático que escuta a todos há uma tendência de captar experiências que vêm de todo os lugares do mundo. Dessa forma, expôs que o governo federal busca viabilizar exemplos de sucessos para que o mundo possa copiá-los, em especial com relação a transição energética. O ministro enfatizou que o Brasil tem uma geração energia limpa bastante abundante, mas que possui um potencial de produção muito maior.
De acordo com França, diversos estados brasileiros já são auto suficientes em energia solar e energia eólica. Entretanto, disse que esse é um assunto que tem muito a avançar. Isso porque, ainda, não há a transmissão dessas redes de distribuição para todo o país.
“O Espírito Santo tem uma característica interessante porque está situado em uma faixa geográfica do país que é, mais ou menos, a divisa do nordeste com o sudeste. O fato de estar encostado com Minas Gerais -forte produtora de minério-, faz dele uma espécie de transição. Dessa forma, talvez por essa experiência positiva de governança longeva do estado onde diversos nomes se sucederam, mas todos tiveram uma certa linha de condução que permitiu que o ES fosse subindo cada degrau dessa escada. Hoje é um estado equilibrado economicamente e ao mesmo tempo com muito desenvolvimento. Se estivéssemos assim em cada um dos estados brasileiros certamente nós teríamos uma condição diferente da que temos hoje.”, afirmou o Ministro.
Finalizando a plenária, Márcio colocou, ainda, que “é preciso separar o país dentro do próprio país.” Segundo ele, o sudeste e o sul do Brasil, têm um ritmo e um grau de desenvolvimento muito superior ao Norte e Nordeste. Mas, afirma que é preciso lembrar que esses estados, em antemão, são muito mais preservados. Assim, reiterou que “do ponto de vista do futuro, talvez esteja com eles a chave do nosso amanhã: o potencial de produção de energia renovável.”
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