“Não há uma saída profética!”: China, Suíça e EUA reúnem-se no ES em debate sobre ESG

Horasis Global Meeting, aconteceu pela primeira vez na América Latina, no último mês, em Vitória.

Foto: Milena Florim / Sustentabilidade Brasil -

Durante o fórum internacional Horasis que aconteceu no último mês, no Espírito Santo, representantes internacionais de empresas globais debateram sobre o lugar que a sustentabilidade e o desenvolvimento verde ocupam em meio a globalização do planeta. Autoridades do setor do turismo da Suíça, diplomatas, empresários e advogados da Europa e Ásia promoveram discussões construtivas e de grande importância para o progresso das nações, daqui para frente.

Presente à mesa, esteve Salim Saud Neto, advogado e Organizador da Associação Carioca de Compliance (Rio Compliance). Em uma de suas falas, Saud citou empecilhos que, ainda, assombram o mercado e freiam o avanço da evolução de uma economia emergente: o greenwashing. Segundo ele, é necessário olhar para essa barreira e aprender o que é possível extrair para que o mercado progrida nesse âmbito. 

“Não há problema em ganhar dinheiro com as estratégias adotadas, tampouco em economizá-lo. Mas elas precisam servir para mais que isso. Elas necessitam possuir propósito!”

 Salim Saud Neto

Suíça, China e Brasil

Além do advogado, compuseram a mesa de discussões o economista e professor da Universidade de Brasília, Jorge Arbache. O convidado foi vice-presidente do Setor Privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, e responsável por mediar o painel sobre ESG e a multinacionalização do planeta, levantou o questionamento acerca da pegada da civilização no planeta inseridos e alimentados pela globalização. “Nós precisamos da globalização, mas de que forma podemos efetivamente mitigar nossos impactos? O que podemos fazer na prática?”, indagou. 

Foto: Divulgação

O cônsul da embaixada Suíça em São Paulo, Fabien Clerc, respondeu afirmando que o diálogo assertivo é a chave para combater assimetrias entre as nações, promovendo, assim, um intercâmbio entre as nações. Complementando a linha de raciocínio, Yurong Li, chefe executiva da Lipatech, completou a rodada temática declarando que “não há uma saída profética ou um governante profeta!”.

Com mais de 25 anos de experiência em desenvolvimento de negócios globais, a executiva relata que é preciso uma governança integrada e de longo prazo. Dessa forma, o mundo colherá frutos promissores no cenário “Globalização x Sustentabilidade”. Li é CEO da companhia chinesa de serviços transfronteiriços em desenvolvimento de mercado e negócios. A empresa conecta provedores de tecnologia, clientes industriais e investidores, implementando projetos na China, EUA, Oriente Médio e África.

Sabatina

Durante uma sabatina, um representante europeu sobre inovação e tecnologia, que estava presente no público do painel, falou sobre saídas que o Brasil pode estar à frente do restante do mundo como, por exemplo, a substituição do plástico por material desenvolvido através do bagaço da cana-de-açúcar. Além disso, os presentes contribuíram, dentre diversos tópicos, com depoimentos sobre integrações de sucesso entre governanças públicas e privadas e projetos sociais de ONG’s e institutos de pequeno porte, por exemplo. Os relatos deixam claro o quanto os incentivos por parte de grandes instituições e esferas de poder em união com estratégias de governança são álibis de portas para o êxito do ESG em países em desenvolvimento, como o Brasil.

“Temos que ser realistas com a realidade brasileira! Não dá para replicar 100% das estratégias suíças e europeias por aqui. Entretanto, podemos, através de um intercâmbio de ideias, adaptá-las. O maior desafio do Brasil é conseguir formular e construir soluções de governança de longo prazo. Isso acontece, porque a cada troca de governo as estratégias mudam, pois os governantes eleitos buscam sempre agradar o público que o elegeu naquele lugar. Esse é o maior empecilho que a governança pública brasileira enfrenta, na minha opinião. Essa é a maior diferença entre a realidade de alguns países europeus, como a Suíça, por exemplo.”

Fabien Clerc, Cônsul do Turismo – Embaixada suíça / São Paulo

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