A organização estadunidense de monitoramento meteorológico realizou uma análise global para avaliar as repetidas tendências no aumento de temperatura ao redor do mundo. Assim, foram analisadas 175 países e 678 cidades, e o Brasil compõe esta lista com 15 cidades com anomalia de temperatura, liderada por Vila Velha (ES).
De acordo com o estudo, nos últimos 3 meses mais de 80% da população mundial esteve exposta a pelo menos um dia de temperatura acima da média prevista para a época. Neste mesmo cenário, quando voltamos ao Brasil o aumento nos termômetros girou em torno de 0,71ºC afetando 93% da população – 200 milhões de brasileiros.
Anomalia na temperatura global
Diante desse levantamento, o topo do ranking é ocupado pela Bósnia com um aumento de 4,09°C seguido da Romênia e da Sérvia, onde os termômetros subiram 3,97°C. Sob o mesmo ponto de vista, para realizar os estudos, os pesquisadores norte-americanos utilizaram a média registrada entre 1991 e 2020 como base comparativa em cada uma das regiões analisadas.
De acordo com essa média usada como base das medições, as cidades que lideram a pesquisa no nosso país são Vila Velha (ES), seguida de Goiânia (GO) e Campinas (SP) apresentando anomalias com aumento de 1,15 °C, 0,99°C e 0,93°C, respectivamente.
Ainda segundo a pesquisa, o considerável aumento nos termômetros -gerando, assim, anomalia de temperatura- pode ser ocasionado por fenômenos climáticos naturais, como as atividades do El Niño e da La Niña, por exemplo. Porém, como o mapeamento se baseia em dados coletados em um mesmo período por 30 anos, essas ocorrências são levadas em consideração quando mapeadas as diferenças. Portanto, o que vive-se, hoje, é um aumento não justificado por acontecimentos normais da natureza.
“Isso nos permite quantificar a influência das alterações climáticas no aquecimento”, explica-se no relatório.
Ranking brasileiro
O ranking das cidades brasileiras com maiores índices de aquecimentos mais altos para o período de Dezembro de 2023 a Fevereiro de 2024 ficou:
1º- Vila Velha, 1,15°C
2º- Goiânia, 0,99°C
3º- Campinas, 0,93°C
4º- Recife, 0,90°C
5º- Salvador, 0,84°C
6º- Maceió, 0,77°C
7º- Manaus, 0,70°C
8º- Belém, 0,63°C
9º- Curitiba, 0,6°C
10º- Brasília, 0,59°C
11º- Guarulhos, 0,56°C
12º- São Paulo, 0,54°C
13º- Rio de Janeiro, 0,47°C
14º- Porto Alegre, 0,46°C
15º- São Gonçalo, 0,17°C
“Variações são comuns, o planeta passou por diversas oscilações térmicas nos últimos milênios, mas existe um limite. Se o ultrapassarmos, não conseguimos mais voltar aos patamares originais. E não sabemos quão próximo estamos dele”, alerta o meteorologista Willians Bini, CCO da FieldPro.
Um dos responsáveis pelo gradual e desenfreado aumento nas temperaturas é o Dioxido de Carbono (CO2). Seu lançamento em excesso na atmosfera, como acontece em larga escala pós a revolução industrial, é visto como um grande vilão para frear o super aquecimento do planeta, uma vez que maximiza o efeito estufa. Neste cenário, as concentrações atingiram 422,8 ppm em janeiro de 2024, o maior nível em dois milhões de anos.
Assim, o último mês de fevereiro atingiu a marca do 9º mês consecutivo com temperaturas recordes de calor na Terra. Esse número representa uma elevação 0,81ºC se comparado ao mesmo mês nos últimos 30 anos. Ademais, se comparado com o período pré-industrial, de 1850 a 1900, o aumento foi de 1,77ºC.
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