Sustentabilidade é tão essencial como inovação para o sucesso do negócio, diz diretor da Coca-Cola

Executivos de empresas destacam, no 2º painel do ‘Estadão Summit ESG 2024′, investimentos em soluções voltadas para o combate das mudanças climáticas

Foto: Pexels -

A sustentabilidade é vista por grandes empresas como um item fundamental para o sucesso do negócio. Na Coca-Cola, o tema é encarado com prioridade estratégica. “Para nós, sustentabilidade é tão essencial como inovação para o sucesso do negócio. A empresa busca sempre se antecipar às tendências e regulações, o que é essencial para manter sua relevância e liderança no setor de bebidas”, disse Rodrigo Brito, diretor de Sustentabilidade para o Brasil e Cone Sul da Coca-Cola Company, durante o Estadão Summit ESG 2024, nesta quinta-feira, 26, no Teatro B32, em São Paulo.

Durante o painel Pesquisa e Inovação para a Retomada da Indústria Brasileira, o executivo destacou as iniciativas de reciclabilidade e a utilização de embalagens retornáveis. De acordo com ele, globalmente, a Coca-Cola tem a meta de que 25% das suas vendas sejam feitas com embalagens retornáveis. Na América Latina, essa porcentagem já é de 31%, graças ao hábito local de devolver as garrafas para reutilização. “Uma embalagem retornável pode ser usada até 35 vezes antes de ser reciclada, o que reduz significativamente a produção de novas embalagens de plástico virgem”, afirmou.

Sistema da Coca-Cola

Brito lembrou que duas inovações relevantes nesse setor vieram do Brasil e Chile. A primeira é a criação da “garrafa universal”, esforço para que todas as marcas do sistema Coca-Cola utilizem o mesmo formato de garrafa, o que facilita a produção. Essa inovação já foi adotada em 34 países. A segunda é a “garrafa serializada”, que começou a ser testada no Chile e será implementada no Brasil em breve. “Cada garrafa retornável possui um QR Code único, permitindo o rastreamento de sua trajetória e incentivando o consumidor a devolvê-la, oferecendo benefícios como descontos em pontos de venda”, disse.

Regis Ataides, vice-presidente de Automação Industrial e head de Digitalização da Schneider Electric Brasil, também destacou a importância da sustentabilidade. “Há mais de 20 anos, a empresa adotou uma visão de sustentabilidade, antes mesmo de o conceito ESG ganhar força. O ex-CEO introduziu essa mentalidade, e desde então, a Schneider tem liderado uma jornada de transformação, provando que crescimento e sustentabilidade devem caminhar juntos”, afirmou.

De acordo com ele, nos últimos anos, a empresa investiu muito em tecnologia e o principal mote deste investimento é a sustentabilidade. “Desenvolvemos hardwares e softwares que otimizam a gestão energética e a automação industrial, sempre focando em melhorar a performance dos produtos. Além disso, oferecemos consultoria e tecnologia para apoiar empresas na transição energética, visando o consumo mais eficiente de recursos, como energia, água e redução de emissões de carbono”, afirmou.

O futuro do mercado mundial

Por três anos consecutivos, a Schneider foi considerada a empresa mais sustentável do mundo. “Isso reflete o trabalho contínuo e dedicado da equipe em prol da sustentabilidade, mostrando que não é resultado de sorte, mas sim de um esforço constante”, disse o executivo.

Maurício Colombari, sócio líder de Sustentabilidade na PwC Brasil, enfatizou a necessidade de uma ação colaborativa e imediata. “É evidente que estamos enfrentando uma emergência climática, e a urgência em avançar nesse tema é inegável. A inovação será fundamental, então, para acelerar esse processo. Mas, em muitos casos, parece que ainda estamos em uma fase de conscientização e educação sobre o que precisa ser feito”, afirmou.

Foto: Divulgação Estadão

Ele destacou a pressão crescente sobre o futuro e lembrou que 2050, apesar de parecer distante, está muito próximo. Isso quando pensamos em termos de mudanças climáticas e seus impactos. “As decisões que tomamos agora são cruciais, principalmente para as próximas gerações. Esse cenário de emergência climática deve ser conectado à sustentabilidade corporativa, o que inclui avaliar os riscos para as empresas”, disse.

Colombari também afirmou que é importante considerar as oportunidades que surgem nesse contexto. Como, por exemplo, o papel do Brasil no plano de transição ecológica, e a forma como as empresas podem adaptar-se para capturar essas oportunidades.

Fonte: Diego Lazzaris / Estadão

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