Startup ucraniana transforma folhas caídas em embalagens biodegradáveis

O empreendimento emite 78% menos CO2 e usa 15 vezes menos água do que a produção tradicional de papel

Foto: PixaBay -

A startup Releaf Paper foi fundada por Valentyn Frechka, que ainda na juventude, em meio aos ensinamentos da escola, descobriu um forte gosto por química e biologia. O empreendimento ucraniano utiliza folhas secas para fazer produtos à base de papel, como sacolas de compras biodegradáveis.

Frechka entendeu que poderia criar um negócio de impacto socioambiental quando fez um experimento caseiro, em que descobriu a possibilidade de extrair as fibras de folhas caídas das árvores. Segundo o portal Euro News, ele se mudou para Paris, na França, por conta da guerra na Ucrânia logo após estruturar o protótipo do empreendimento. Lá ele se uniu ao sócio Alexandre Sobolenko e fundou a Releaf Paper.

O negócio combina processos químicos e mecânicos, produzindo uma tonelada de celulose a partir de 2,3 toneladas de folhas. Nos processos tradicionais, seriam necessárias cerca de 17 árvores para se produzir a mesma quantidade de papel. Os insumos usados para a produção dos produtos Releaf Paper são doados por cidades de toda a Europa.

“Não podemos usar as folhas da floresta, porque não é fácil e não há necessidade. Em uma cidade, é um resíduo verde que deve ser coletado. Também conseguimos manter um equilíbrio: obtemos fibras para fazer papel e devolvemos lignina como um semi-fertilizante para jardins”, diz Frechka.

Processo de produção com folhas

Após a coleta e o recebimento dos insumos, a Releaf Paper remove todos os compostos sólidos e seca todas as folhas, transformando-as em pallets. Segundo Frenchka, o empreendimento emite 78% menos CO2 do que a produção convencional e usa 15 vezes menos água. “O papel feito com folhas se degrada no solo em 30 dias, enquanto o período de degradação do papel comum é de 270 dias ou mais”, diz.

Conforme estudo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a indústria de papel é responsável por 13% a 15% do consumo total de madeira e usa de 33% a 40% de toda a madeira industrial vendida no mundo.

Dessa forma, a startup vende embalagens, como sacolas, envelopes, caixas de papelão ondulado e caixas de ovos. São produzidas, então, em média 3 milhões de sacolas de compras por mês. Assim, empresas como L’Oréal, Samsung, LVMH , Logitech, Google e Schneider Electric já estão na carteira.

Fonte: Um Só Planeta

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