
A Capital capixaba será palco de um debate urgente da agenda ambiental brasileira. A Conferência Sustentabilidade Brasil, reconhecida como etapa oficial da COP 30 pela Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS) da Secretaria-Geral da Presidência da República, trará à tona o tema “Racismo ambiental e saúde pública: desafios e perspectivas do Brasil”. O evento ocorrerá entre 11 e 14 de junho, na Praça do Papa.
O racismo ambiental é um conceito que aborda como as desigualdades raciais se manifestam na esfera ambiental, expondo comunidades historicamente marginalizadas — como povos indígenas, quilombolas e populações periféricas — a riscos de degradação e poluição. Ele se revela na localização estratégica de aterros sanitários, indústrias poluentes e outras infraestruturas de risco em seus territórios, na precariedade do saneamento básico e na falta de acesso a recursos naturais essenciais, resultando em impactos diretos e severos na saúde e na qualidade de vida dessas populações.
O painel abordando o tema reunirá um time de especialistas que trará diferentes perspectivas sobre o tema. O debate se torna ainda mais relevante em um país como o Brasil, onde as populações mais vulneráveis são severamente afetadas pelos impactos da degradação ambiental.
Um dos participantes será o professor Neyval Reis, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), bolsista de produtividade nível 1 do CNPq. Sua experiência em políticas públicas ambientais é ampla: ele coordenou a construção do Plano Estadual de Descarbonização e Neutralização das Emissões de GEE do ES (NetZeroES) e, atualmente, lidera o Plano Estadual de Adaptação às Mudanças Climáticas do Espírito Santo. A contribuição de Reis será fundamental para conectar as discussões sobre racismo ambiental com as estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas no âmbito estadual e nacional.
Ao seu lado, testará a Bióloga Juliana Borges. doutora em Ecologia e Recursos Naturais pela UFC e auditora ambiental pela ABNT, Juliana atua com gestão e auditoria ambiental em projetos de licenciamento em diversas regiões do país, com um forte foco em justiça socioambiental e enfrentamento ao racismo ambiental. Sua experiência prática na revisão do Plano Diretor e do Projeto Orla de Fortaleza, além da supervisão de planos de manejo de áreas protegidas urbanas, oferece uma visão ampla sobre como as políticas de uso do solo e gestão ambiental podem perpetuar ou combater as iniquidades. Juliana também é consultora ambiental, assessora parlamentar e conselheira titular do Coema e do CRBio 5, trazendo a perspectiva do engajamento em diferentes esferas.
Completando o time de debatedores, Victor de Jesus, pesquisador dedicado a temas como racismo ambiental, desigualdades interseccionais em saneamento, iniquidades em saúde ambiental e injustiça climática. Sua passagem como assessor técnico dessa temática no DVSAT/MS e sua atuação como coordenador do Urbes (Ufes) e integrante do Lapaj (Ufes) , ele vai aprofundar a discussão sobre as disparidades no acesso a serviços básicos e os impactos diretos na saúde das populações marginalizadas.
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