Pode ser oportuno engajar discussões firmes com as nações do Sul Global, aceitando que são um agrupamento geopolítico, não geográfico. O conceito de “o Ocidente e o Resto” precisa ser superado por meio de discussões inclusivas voltadas para a construção de pontes. As nações do Sul Global estão posicionadas como aquelas que oferecem um novo motor para o crescimento.
Dessa forma, questionamentos entre os países membros e nações com interesses secundários sob esse polo surgem quando se pensa em construir estratégias para integrar essa região e fortalecer os laços comerciais e políticos entre as nações. Assim, durante o Fórum Global Horasis, que aconteceu pela primeira vez na América Latina, uma plenária trouxe pautas sobre como melhor realizar essa aproximação; quais são seus objetivos coletivos; e quem poderia oferecer uma liderança construtiva diante do cenário de globalização e transição energética.
Estiveram presentes nessa plenária o Presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Lira; Bo Inge Andersson, Presidente, Uzauto Motors (Uzbequistão); Fahim Hashimi, Ex-Ministro das Comunicações e Tecnologia da Informação do Afeganistão; e Shamsuddin Usman, Ex-Ministro de Finanças da Nigéria.
O poder dos BRICS
O brasileiro, Lira conduziu a plenária de forma a tanger temas e tópicos voltados à compreensão cultural e geográfica sob estratégias políticas. Segundo suas colocações, é necessário entender, a priori, as diferenças culturais entre os povos dos países desse bloco. De acordo com o professor, os novos moldes e expansão dos BRICS (parceria entre cinco das maiores economias emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) viabilizam, ainda mais, um mercado integrado e sólido. Uma vez efetivo e seguro, a tendência será colher planos mais amplos e audaciosos, como a criação de uma moeda única, por exemplo, operando um fortalecimento econômico diante do mercado global.
“Através de perspectivas mais firmes e ousadas, podemos alcançar níveis mais satisfatórios de táticas exequíveis diante da realidade do nosso país.”
Pablo, Lira
Sob a ótica do ex-ministro de Finanças da Nigéria, uma das grandes chaves para acender o nível de fortalecimento de mercado é dilatar e ampliar a integração das governanças entre o Brasil e a África. Dessa forma, procederia um grande fortalecimento do Sul Global. Usman, também defendeu o plano de unificação monetária e alegou haver muitas oportunidades como portas de saída ao aquecimento global dentro das nações do grupo geopolítico em questão -em especial no Brasil.
“Eu desconheço um país que tenha tantas possibilidades de lidar com a situação climática atual do planeta, como o Brasil!”, afirmou o nigeriano.
Energia integrada
Já o afegão, Hashimi, abordou teses sobre a união e integração dos países do bloco a fim de edificar uma transição energética sólida e de referência. De acordo com o Ex-Ministro de Tecnologia, projetos de fornecimento de energia integrada -primeiramente- entre os países fronteiriços é o mesmo que fortalecer o sul do continente americano e impulsionar as possibilidades de sucesso e aproximação dos demais países do hemisfério sul em desenvolvimento.
“Temos que dar às pessoas esperança! Temos que dar às pessoas fontes de energias limpas. Temos que dar às pessoas alternativas que as possibilitem fazer a parte delas todos os dias que acordam, para um futuro diferente de verdade. O amanhã é feito de pequenos atos mudados todos os dias por várias pessoas. Temos que dar às pessoas esperança!”
Bo Inge Andersson, Uzauto Motors / Uzbequistão
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