Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses recebe título de Patrimônio Mundial da Unesco

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
Foto: Cristian Dimitrius/ICMBio/divulgação -

O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco, um reconhecimento internacional que coloca o local entre os sítios naturais mais importantes do planeta, ao lado de destinos como as Cataratas do Iguaçu e o Pantanal.

A conquista do título da Unesco representa um marco histórico para o Brasil e reforça a importância da conservação da área, de aproximadamente 156 mil hectares, situada no litoral maranhense. Para que um bem seja inscrito na Lista do Patrimônio Mundial, é necessário passar por uma rigorosa avaliação que comprova seu Valor Universal Excepcional e condições adequadas de proteção e gestão.

“As unidades de conservação cumprem um papel fundamental e importantíssimo no planeta, resguardando riquezas naturais únicas, protegendo a biodiversidade e contribuindo decisivamente para a captura de carbono da atmosfera”, destaca o presidente do ICMBio, Mauro Pires. “Desta forma, reconhecimentos mundiais, como o concedido ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, reforçam esta importância e criam mais camadas de proteção e conscientização social sobre a necessidade de preservação destas riquezas naturais”, salienta.

O reconhecimento mundial amplia a visibilidade e o interesse pela visitação, mas também aumenta a responsabilidade de preservação. O parque já vem experimentando recordes sucessivos de visitação desde o fim da pandemia de Covid-19, tendo recebido 440 mil visitantes em 2024 e se tornado o sexto Parque Nacional mais visitado do país.

“Valorizamos as riquezas naturais do Brasil, tanto é que trabalhamos para que sejam preservadas e nos ajudem a equilibrar o planeta, proteger a biodiversidade, prestar serviços ecossistêmicos e ao mesmo tempo promover emprego, renda, vida digna para as pessoas”, declarou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. “Ao ver os Lençóis de cima, vindo de helicóptero para cá, é como se as nuvens estivessem se cristalizado no chão, com todas aquelas dunas ali esculpidas, algo esculpido pela mão de Deus”, comparou.

Para fortalecer a proteção do Parque, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Governo do Estado do Maranhão assinaram um Acordo de Cooperação Técnica que visa aprimorar serviços públicos, infraestrutura de segurança e mecanismos de proteção do sítio.

Para enfrentar os desafios desta nova realidade, o acordo estabelece oito eixos de atuação que incluem desde a construção de guaritas nos acessos ao parque até a implementação de programas de turismo de base comunitária. Entre as principais ações estão a instalação de um Complexo de Segurança em Atins, o monitoramento da balneabilidade das lagoas e a criação de um Batalhão de Polícia Ambiental permanente na região.

A pressão do turismo crescente, contudo, traz desafios para a conservação. Os três municípios do entorno do parque – Barreirinhas, Santo Amaro do Maranhão e Primeira Cruz – somam pouco mais de 96 mil habitantes, enquanto o interior da unidade abriga 68 núcleos populacionais com cerca de 1.500 famílias que foram integralmente cadastradas entre 2023 e 2024.

O ICMBio é responsável pela gestão de 344 unidades de conservação no Brasil. No Maranhão, são nove unidades federais, incluindo duas Áreas de Proteção Ambiental, três Parques Nacionais e quatro Reservas Extrativistas, que juntas desempenham papel crucial na proteção da biodiversidade e na mitigação das mudanças climáticas.

A cooperação técnica representa um modelo de articulação entre diferentes esferas de governo para enfrentar os desafios complexos da conservação ambiental aliada ao desenvolvimento do turismo sustentável. O acordo busca equilibrar a crescente demanda turística com a preservação do patrimônio natural, que agora carrega o selo de excelência mundial da Unesco.

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