Um dos protagonistas desta terça-feira de Jogos Olímpicos em Paris foi o calor, com sensações chegando aos 40°C na capital francesa. Segundo o serviço meteorológico Météo France, os termômetros bateram em 37°C durante o dia, dez graus acima da média esperada para o verão parisiense.
Atletas, torcedores, policiais e até mesmo os cavalos na competição de hipismo aderiram ao spray refrescante colocado em pontos da capital e também próximo às competições, revelam as imagens do dia.
Calor em Paris
Após o calorão, o tempo em Paris deve evoluir para tempestades, segundo as previsões meteorológicas. Outras regiões da Europa também enfrentarão calor extremo nos próximos dias – na Espanha, por exemplo, as temperaturas provavelmente ultrapassarão os 40°C. Mas algumas localidades, como Lituânia, Letônia, Estônia e Bielorrússia, emitiram alertas para ventos fortes e chuvas torrenciais.
Em 100 anos, Paris ficou 3°C mais quente
Os Jogos Olímpicos de Verão, que voltam a Paris após um século, serão disputados em uma cidade com temperaturas 3°C mais altas, revela estudo publicado por organizações que analisam o impacto da mudança do clima sobre os esportes, Basis e Front Runners, além da Climate Central, especializada em jornalismo climático.
O relatório “Rings of Fire 2” chama atenção para os últimos verões na França, temendo que as temperaturas altas possam interferir em provas e ameaçar a saúde, e até mesmo a vida, de atletas, agentes olímpicos e da plateia da competição. “Condições quentes e/ou úmidas dificultam perder calor para o ambiente e tornam mais difícil regular a temperatura corporal. Isso prejudica o desempenho físico, especialmente quando a exposição é prolongada”, observa o documento.
Desde 1924, a média de temperaturas anuais na capital francesa subiu 1,8°C, afirma análise da Climate Central. No período da olimpíada (24 de julho a 11 de agosto), auge do verão europeu, a média sobe 3,1°C em comparação a 100 anos atrás.
Entre as estratégias de mitigação, o estudo sugere o agendamento de eventos para horários mais frios do dia, ou épocas mais frias do ano, a exemplo da Copa do Mundo de 2022 no Catar. Outras possibilidades seriam a introdução de “pausas para resfriamento” nos eventos; uso de inovação em refrigeração e reidratação; alterações na estratégia de jogos e corridas; e ainda, inovações em roupas que possam proteger melhor os competidores do sol e do calor.
Time Brasil levou ar condicionado
O calor à noite pode ser um problema para o descanso dos atletas, que demonstram preocupação, afirma o relatório. “A interrupção do sono devido ao calor foi citada na preparação para os Jogos de 2024 como uma grande preocupação dos atletas, especialmente dada a falta de ar condicionado na Vila Olímpica.”
A possibilidade de os termômetros chegarem aos 40ºC na capital francesa fez o Comitê Olímpico do Brasil (COB) pela primeira vez investir em ar-condicionado para os Jogos, desembolsando quase R$ 290 mil para instalar aparelhos nos quartos ocupados pelo Time Brasil na Vila Olímpica.
“A Europa é o continente em aquecimento mais rápido no mundo, com as suas cidades particularmente vulneráveis a impactos do aumento das temperaturas”, aponta o documento. As temperaturas na região estão aumentando cerca de o dobro da média global, afirmaram a Organização Meteorológica Mundial da ONU e o observatório espacial europeu, Copernicus, em pesquisas publicadas em abril.
Fonte: Um Só Planeta
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