Parceria entre corais e algas pode ajudar espécies a se adaptarem a oceanos mais quentes

Cerca de 1/4 de toda a vida marinha depende de recifes de coral de alguma forma, e meio bilhão de pessoas em todo o mundo também dependem dessas espécies para sua alimentação

Foto: PixaBay -

À medida em que o clima fica mais quente, o tempo está se esgotando para os recifes de coral. Por isso, cientistas estão procurando ao redor do mundo por corais que resistem melhor ao calor – e uma nova pesquisa mostra como esses “supercorais” podem sobreviver: passando por menos problemas com os vizinhos, as algas.

Os recifes dependem de uma parceria crucial entre os corais e as algas com que convivem. As algas, que fazem fotossíntese, alimentam os corais usando a energia da luz do sol e, em troca, conseguem um bom lugar para viver. Mas quando os oceanos esquentam, essa relação vai mal e os corais expulsam as algas. Sem seus “companheiros de quarto”, os corais podem morrer, ganhando uma cor branca e fantasmagórica.

Ainda assim, alguns corais parecem resistir melhor ao branqueamento do que outros: são corais que dependem de algas que toleram melhor o calor, mostra um novo estudo. Os pesquisadores esperam que identificar essas habilidades ajude a desenvolver novas ferramentas de conservação para preservar os recifes do mundo à medida em que as temperaturas aumentam.

“O estresse térmico pode matar muitos corais muito rapidamente”, disse à NPR Kate Quigley, pesquisadora da James Cook University e da Minderoo Foundation na Austrália. “Espero que a natureza tenha alguns mecanismos para nos ajudar nos próximos anos, enquanto agimos juntos”, reflete ela.

Parceria com as algas

Além de proteger os recifes que abrigam esses “supercorais”, alguns pesquisadores esperam que eles também possam ser usados para restaurar os recifes que foram danificados pelas mudanças climáticas e outros impactos. Mas pode não haver muitos para escolher.

“Mesmo que pudéssemos projetar alguns ‘supercorais’, poderia haver apenas algumas espécies que viveriam nesse mundo futuro”, afirmou também à NPR Lupita Ruiz-Jones, professora assistente da Chaminade University of Honolulu. “E acho que essa é a parte realmente triste para mim – apenas imaginar este mundo onde temos muito menos beleza na água”, pondera.

Com as recentes descobertas, os pesquisadores agora também estão se concentrando nas algas como uma parte fundamental para ajudar os recifes a sobreviver. Na Austrália, uma equipe de pesquisadores expôs algas a altas temperaturas, em um esforço para desenvolver uma variedade supertolerante ao calor.

Embora a esperança seja que essas algas também possam ajudar na conservação dos recifes no futuro, os pesquisadores dizem que é provável que isso não ajude todas as espécies de corais. E mesmo os corais mais resistentes podem não suportar tanto aquecimento. Atualmente, o mundo está a caminho de pouco menos de 3ºC de aquecimento até 2100, um nível que destruiria quase todos os recifes.

Fonte: Um Só Planeta

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