Os caminhos para uma liderança climática eficaz

Disseminar a cultura da liderança climática é fundamental para promover a descarbonização da economia de uma maneira mais ampla

liderança climática
Foto: Pixabay -

Por definição, líder é aquele cuja ações exercem influência sobre o pensamento e o comportamento de outros atores. Ou seja, um líder climático é responsável pela influência positiva, demonstrando que é possível gerar valor financeiro alinhado à responsabilidade social e ambiental, com foco na crise do clima. Além disso, deve influenciar o comportamento de outros atores do mercado e de sua cadeia de valor.

A liderança climática implica na adoção das melhores práticas, baseadas na Ciência, e orientadas para alcançar o bem comum. De modo que um líder climático também é aquele que consegue alcançar o tripé da sustentabilidade: isto é, ser economicamente viável, mantendo-se competitivo; ser ambientalmente positivo, antecipando ou reduzindo seus impactos; e socialmente justo, promovendo seu negócio em prol de toda a sociedade.

A base que sustenta a construção dessa agenda é a governança, planejada e aplicada nas organizações. Independentemente do nível de complexidade hierárquica que possui, o tema de mudanças climáticas deve ser pertinente e persistente em todos os momentos, em discussões de conselho a níveis gerenciais, em decisões de pesquisa ou investimentos.

Com uma governança forte e estruturada, é possível ter uma visão holística e integrada, apoiando o planejamento e a ação efetiva. Um plano de transição crível requer bom planejamento estratégico e robustez, mas também exige clareza e previsibilidade.

Esg
Foto: Envato Elements

Liderança climática e seu impacto

“E, para isso, a transição começa quando a organização segue uma missão e toma a decisão de medir para gerenciar. Sem informações confiáveis, é praticamente impossível que uma organização faça uma transição viável e justa.”

Assim, quando falamos de mudanças climáticas, um indicador importante para gerenciar é o volume de emissões de carbono da organização e de sua cadeia de valor. Com isso em vista, ter um processo de coleta e verificação das emissões de GEE é muito importante para o processo para uma economia de baixo carbono. E, não somente para a organização, mas para todos os atores que tomarão uma decisão baseada nessa informação, ou seja, engajar a cadeia de valores é fundamental para a eficácia do processo.

Engajar, cooperar e colaborar com a cadeia de valor são aspectos relevantes dessa jornada de internalização de externalidades. O resultado de tais esforços é a maior resiliência e mitigação dos impactos diretos e indiretos sobre os negócios.

Com uma governança transversal, dados confiáveis e uma cadeia de valor próxima da gestão, o passo seguinte é a definição de metas, sejam elas de redução de emissões ou de engajamento com mais atores da cadeia de valor, elas são necessárias para verificar o progresso e o sucesso da estratégia proposta. Planos de ação ambiciosos, revisados periodicamente, farão com que os indicadores possam estar, a cada ano, mais próximos dos resultados esperados.

Mensagem para o futuro

É claro que esse é um caminho entre vários possíveis e a ordem pode ser alterada de acordo com a organização. Além disso, a transparência, e os mecanismos de feedback, são pilares fundamentais em todas as etapas do processo rumo à liderança climática, e devem ser vistos como aliados na curva de aprendizagem, de accountability e de alcance de metas estabelecidas pelas organizações.

A mensagem mais importante que fica é a referência de que na busca pelo tripé da sustentabilidade, um único líder climático não fará diferença, e é importante disseminar a cultura da liderança climática, para alcançarmos a descarbonização da economia de uma maneira mais ampla. Afinal, a agenda é construída por todos e para todos.

Fonte: Lucas de Assis (Analista de Mercado de Capitais, Supply Chain e Repórter Services no CDP Latin America) / Um Só Planeta

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