Desde sua idealização, os Jogos Olímpicos de Paris tinha como meta tornar-se as Olimpíadas mais sustentável de todos os tempos. Em meio ao contexto atual do mundo, o comitê organizador do evento traçou objetivos verdes para realizar 2 semanas de jogos com o mínimo de impactos negativos ao planeta. Em uma era a qual os danos ao meio ambiente são cada vez mais invasivos, não há como um evento de tamanho porte, relevância e visibilidade mundial não comprometer-se com iniciativas ecologicamente responsáveis. Pensando nisso, no que tange a estruturas desenvolvidas para a data, foram implementados diversos projetos inéditos para o evento, confira!
CO2 nas Olimpíadas
Diante do cenário de aquecimento expressivo do planeta, o Comitê Olímpico Internacional (COI) traçou estratégias para emitir menos da metade dos gases de efeito estufa dos Jogos de 2012 em Londres que, na época, foi considerada a “primeira Olimpíada sustentável” da história. No ano mencionado, as emissões de carbono provenientes das atividades de construção do Parque Olímpico diminuíram significativamente em 58%. Além disso, foram reciclados 98,5% dos resíduos de demolição e 99% dos resíduos de construção do Parque.
Assim, para Paris, o COI trabalha para reduzir 30% das emissões de carbono na edição de 2024 e, até 2030, aumentar esse número para 50%. Dessa forma, também têm planos de neutralizar completamente as emissões residuais inevitáveis, através de projetos de reflorestamento.
Para tirar essas ideias e planos do papel, o primeiro passo foi o de identificar quais práticas da construção de uma cidade sede de Olimpíadas eram mais danosas e responsáveis por maiores pegadas ambientais. Assim, chegou a três pilares principais a serem repensados: a logística dos jogos, a construção dos locais de provas e o transporte de delegações, colaboradores e público.
A partir desses eixos, várias iniciativas funcionaram na prática:
- Implementação de paineis solares para substituir geradores movidos a diesel;
- Cultivo de árvores para reduzir o calor durante o verão;
- Melhoria da qualidade da água no rio Sena;
- Reaproveitamento de estruturas de eventos anteriores;
- Expansão da rede de ciclovias e aumento das linhas ferroviárias;
- Utilização de materiais reciclados em novas construções.
Novidade nas estruturas
Olhando para as mudanças nas construções e estruturas tanto das praças esportivas das modalidades e sustentações da cerimônia de abertura quanto nas acomodações das delegações, 95% das instalações são reaproveitadas ou montadas temporariamente para o evento, podendo ser desmontadas e seus materiais reaproveitados em outros locais após os jogos.
Da mesma forma, os edifícios construídos para os Jogos Olímpicos foram projetados com uma redução no uso de cimento em favor da madeira. Além disso, incorporam painéis solares e áreas verdes nos telhados, sendo planejados para serem reutilizados pela comunidade local após os eventos. Na Vila Olímpica, os prédios destinados aos atletas foram construídos com materiais reciclados e utilizam uma forma de concreto de baixa emissão de CO2. A água dos banheiros será coletada da chuva, tratada e reutilizada para irrigação dos jardins da vila.
Um acordo foi estabelecido com a concessionária de energia local para assegurar que haja energia eólica e solar suficiente na rede durante os eventos, tanto nas instalações quanto nos locais de competição. Desta forma, todas as arenas estarão conectadas à rede elétrica local, que será alimentada por seis parques eólicos e duas usinas solares e a iluminação dos estádios será feita com luzes LED, que consomem menos energia.
Além disso, é importante destacar que até os pódios foram construídos utilizando plástico renovável. Após os Jogos Olímpicos, eles também serão reutilizados.
Outras mudanças
A priorização pela sustentabilidade vai além das reformulações nas estruturas do Jogos Olímpicos. O COI repensou, também, medidas como a mudança no cardápio dos atletas. A fim de minimizar a emissão e produção de poluentes,contando com 60% das refeições à base de plantas, com mais vegetais e menos carnes, restringindo o gasto máximo de 1kg de CO2 por porção de alimento servido. Além disso, também foi repensada a produção das embalagens, de modo que elas impactam menos o meio ambiente.
Já na esfera do transporte, o Comitê Olímpico Internacional aumentou as áreas de ciclovia e optou por tornar todos os locais de competição acessíveis apenas por transporte público e não por automóveis particulares, uma vez que a frota de ônibus da cidade de Paris opera com energia elétrica ou gás natural.
Já vemos que a mudança na dinâmica dos grandes eventos do planeta vem acontecendo gradualmente em resposta à urgência das mudanças climáticas que não é mais uma previsão futura, e sim, uma realidade atual. Nesse cenário, iniciativas grandiosas e significativas como a das Olímpiadas prova que este é só o começo de um mundo mais sustentável e responsável com o meio ambiente em que tudo coexiste.
Receba as principais notícias sobre sustentabilidade no seu WhatsApp! Basta clicar aqui