No último sábado (9), durante a última reunião ministerial do G20 Brasil da Cultura, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, se reuniu bilateralmente com representantes de Portugal, Estados Unidos, Indonésia e África do Sul. As conversas focaram em temas como a cooperação entre museus, a Troika 2025 do G20, festivais culturais e o intercâmbio de profissionais e conhecimentos.
Em Salvador, a primeira reunião contou com a participação de Maria de Lurdes Craveiro, secretária de Estado da Cultura de Portugal, e Fernanda Castro, presidenta do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
Margareth Menezes recordou sua visita a Portugal em abril de 2023, quando teve a oportunidade de se reunir com artistas brasileiros residentes no país. Ela ressaltou as afinidades culturais entre Brasil e Portugal, que vão desde a língua até a herança de tradições compartilhadas. Para a ministra, esse contexto torna ainda mais importante o fortalecimento das parcerias. “Nossas culturas não se distanciam. Somos países irmãos, ricos em diversidade. Estamos diante de uma grande oportunidade para realizar projetos mais ambiciosos e significativos”, declarou.
“Nossa intenção com essa reunião é avançar em ações já em curso, além de tornar mais coesas algumas iniciativas de cooperação”, sinalizou Maria de Lurdes.
Fernanda Castro destacou que, entre as ações comuns aos países na área de museologia e, também, de formação, há um importante elo a ser destacado. “Identificamos a necessidade de estreitamento das relações entre os museus e as universidades”, disse a presidenta. “É vital para a dinamização dessa relação. Fico muito feliz em ouvir isso”, completou a secretária portuguesa.
Cooperação
Durante os encontros com a delegação dos Estados Unidos, foram discutidas colaborações já em andamento, como a recém-inaugurada exposição Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil, no Museu de Arte Brasileira da FAAP, em São Paulo. Além disso, a possibilidade de uma parceria entre os dois governos foi abordada. Assim, possuem o objetivo de facilitar a recepção, em 2025, de obras de arte afro-brasileiras doadas por uma instituição norte-americana para o Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira (Muncab), em Salvador.
Scott D. Weinhold, funcionário sênior do Escritório de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado dos Estados Unidos, destacou que o país fará parte da Troika do G20 a partir de 2025. “Vocês elevaram significativamente o nível do evento. Esperamos aprender com a equipe do Ministério da Cultura do Brasil”, afirmou.
Este mês especialistas dos Estados Unidos participarão da programação do Novembro Negro da Cultura e da campanha Cultura Negra Vive, em Alagoas. “Ter o apoio e a presença de vocês é muito significativo, especialmente por ser o primeiro ano em que a data é celebrada como feriado nacional”, ressaltou, assim, Margareth Menezes.
Diversidade no G20 da Cultura
Durante o encontro com a delegação da Indonésia, Maria Marighella, presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), e Francisco Guerreiro, chefe de Gabinete da Ministra, se juntaram ao grupo. Margareth Menezes destacou, em conversa com o ministro Fadli Zon, o grande potencial da Indonésia na criação de peças artesanais, que se caracterizam por seus ricos detalhes, tecidos leves e estampas vibrantes. A ministra também enfatizou as oportunidades de colaboração e intercâmbio artístico, especialmente no campo da produção de festivais culturais.
África
A África do Sul assumirá a presidência do G20 no próximo ciclo. Durante a Reunião Ministerial realizada na última sexta-feira (8), ocorreu a passagem simbólica da Declaração de Salvador da Bahia. Assim, marcou-se o início das ações de transição para o encontro do grupo no próximo ano. Junto à Índia, que presidiu o G20 antes do Brasil, os três países formam a Troika do G20.
“Nós gostaríamos que nossos povos e culturas andassem mais e mais próximas. Temos muito em comum”, avaliou, então, Fadli Zon. A conversa também explorou as semelhanças e possibilidades de colaboração cultural entre Brasil e Indonésia, especialmente no contexto da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O ministro indonésio ressaltou que a Indonésia é um exemplo notável de “megadiversidade”. No território, há, aproximadamente, 1.300 grupos étnicos e 700 idiomas, refletindo, assim, a riqueza e pluralidade cultural do país.
Ao destacar a realização do G20 Brasil na área da Cultura, a ministra se mostrou à disposição da delegação sul-africana. O ministro da África do Sul, Gayton McKenzie, elogiou a gestão brasileira: “Vocês não fizeram apenas um bom G20, para nós, vocês fizeram o melhor G20.” Ele detalhou as impressões dos Grupos de Trabalho, dos eventos e das atividades paralelas. Além disso, incluiu o Seminário Internacional Cultura e Mudança do Clima, realizado em Salvador.
A Cúpula de Líderes do G20 acontecerá nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. Assim, contará com a participação de 18 países membros, além da União Africana e da União Europeia. Durante a presidência brasileira, foram realizadas 130 reuniões, incluindo 24 ministeriais, distribuídas por 15 cidades das cinco regiões do país.
*Com informações da Agência Gov
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