No último dia 15, aconteceu no estado do Espírito Santo o encerramento de uma ilustre iniciativa capixaba: a MiniCOP. Com o intuito de simular entre a juventude discussões e dinâmicas da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), desenhou o projeto que teve sua abertura dentro da programação do Sustentabilidade Brasil 2024, em junho.
Com o apoio de parceiros do setor privado, o evento teve por objetivo trazer a importância da busca por estratégias práticas acerca da problemática da crise climática que assola todo o planeta. Além disso, fomentar capacitações das novas gerações na esfera geopolítica do país. O encerramento aconteceu na sede do Executivo estadual – o Palácio de Anchieta, na região central da capital capixaba. A dinâmica da cerimônia foi composta por debates e sabatinas que simulavam um acordo multilateral para financiar soluções e estabilizar o aquecimento global.
Os jovens representaram diferentes nações, e, a partir disso, tiveram de elaborar discursos e propostas persuasivas defendendo os interesses e projetos da sua nação a qual representavam. Ao todo, 74 jovens capixabas ou residentes no Espírito Santo, de 18 a 29 anos, tiveram a oportunidade de experienciar, de forma imersiva, as complexas discussões sobre políticas ambientais e mudanças climáticas.
Dessa forma, o objetivo principal da iniciativa era uma estratégia bastante nobre. Durante o evento, foram escolhidos dois participantes que vão compor a comitiva do Espírito Santo que participará da COP29 em novembro, em Baku, no Azerbaijão. Os jovens escolhidos foram: Brenda Hülle Lübe de Amorim Coelho, que representou a Turquia, e Lívia Nicolov Amaral, que representou a Finlândia.
MiniCOP
Como critério de seleção, a mesa diretora considerou fatores como: oratória e liderança. Além disso, avaliou a representação do País e a contribuição dos participantes para a finalização do acordo de resolução. Todos os custos da viagem serão custeados pelas instituições apoiadoras da MiniCOP (Vale, Marca Ambiental, ArcelorMittal e Suzano).
Em entrevista exclusiva para o Sustentabilidade Brasil, o Governador do Estado, Renato Casagrande, contou que a iniciativa da MiniCOP compõe um plano muito mais amplo à sociedade civil. Ela visa elevar o estado capixaba a um patamar de referências em ações práticas da esfera verde. Dessa forma, busca estruturar estratégias em que a população e o poder público possam se conectar, como foi o caso do Sustentabilidade Brasil deste ano.
“O Espírito Santo tem se destacado na área ambiental e o próprio Sustentabilidade Brasil é um dos projetos de destaque. Começou como Sustentabilidade Capixaba, saiu do interior do Estado para a Capital e ganhou projeção nacional. É muito bom vermos que uma iniciativa como a MiniCOP tenha sido idealizada no evento, pois mostra que os discursos estão se transformando em ações. O objetivo principal da MiniCOP é trazer a juventude para debater o tema das mudanças climáticas, fazer com que esse jovem, além de se interessar pelo tema, possa começar a pensar em formas de ajudar. Como tenho dito, para conseguirmos alcançar as metas até 2050, precisamos de um esforço de todos: Governos, a sociedade civil e o setor produtivo.”
Renato Casagrande, Governador do Espírito Santo
Quando questionado sobre as ações práticas da participação da juventude capixaba na problemática, Casagrande afirma que ” a entrada de jovens nesse tema ajuda a gestão pública a consolidar algumas práticas, pois o jovem está com muita vontade de realizar.”
“Sabemos que as discussões na área ambiental, principalmente sobre as mudanças climáticas, não são tão fáceis e rápidas de tirar do papel e colocar em prática. Boa parte dos jovens que estavam na MiniCOP já realizaram trabalhos, como TCCs na área ambiental, outros na área de mudanças climáticas e assim começam a trazer boas ideias e liderança para que consigamos acelerar a conquista dessas metas e diminuir essas mudanças que já são visíveis.”
Aprendizados
Henrique Lobo, membro do Comitê do Rio Doce, disse em sua participação no Sustentabilidade Brasil 2024 que “somos a geração do conhecimento!”. Projetada para engajar os jovens a debaterem e adentrarem na política socioambiental, o governador explicou como a iniciativa do Seama entende e enxerga a juventude diante da esfera do poder público a curto, médio e longo prazo:
“O mundo muda muito rápido. Veja que a tecnologia está mudando rapidamente e estamos diminuindo a dependência do petróleo. E a juventude pode ajudar principalmente no uso da tecnologia e com ideias inovadoras. Sabemos que o tema ambiental não é algo que as pessoas sentem essa necessidade de debater no dia a dia, não é como a segurança, saúde e educação que te afetam diretamente e ficam mais palpáveis de entender, cobrar e discutir. Então, é importante inserir os jovens nesse debate para que possam trazer ideias novas, de uma geração que cresce com a tecnologia na palma da mão. A MiniCOP foi uma forma de trazer esse jovem para esse debate e será muito importante que a Lívia e a Brenda participem conosco no Azerbaijão, que vejam como são os debates e que possam trazer boas ideias a partir dessa experiência enriquecedora.”
Para o secretário de estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni, ao simular as negociações e debates que ocorrem nas COPs, os participantes aprendem sobre as nuances das políticas climáticas. Além disso, desenvolvem habilidades de negociação, argumentação e trabalho em equipe. “Estimular a criação de novas e futuras lideranças com preocupações reais sobre as questões climáticas é um dos objetivos da MiniCOP. Percebemos que alcançamos este resultado pelo grau de comprometimento das discussões e no nível dos debates e moderações”, avaliou, então.
O acordo multilateral final dos países membros, representados pelos jovens, foi aprovado em consenso, após acaloradas negociações não moderadas. Ou seja, de livre debates entre os participantes sem a moderação da mesa diretora, formada pelo secretário Rigoni, servidores da Seama e convidados. Ao final, a proposta foi, então, aprovada em plenário pelos países.
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