
A inteligência artificial generativa (GenAI) está remodelando o mundo do trabalho, mas o risco de substituição total de empregos ainda é considerado baixo. De acordo com o Documento de Trabalho 140 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicado em maio de 2025, o impacto mais provável será a transformação das ocupações por meio da automação de tarefas específicas.
O estudo analisou 436 ocupações da Classificação Internacional Padrão de Ocupações, atribuindo notas de 0 a 1 para o potencial de automação de cada tarefa. O resultado foi a criação de seis gradientes de exposição à GenAI: desde “não exposto” até “maior exposição, baixa variabilidade de tarefas”.
Segundo a OIT, poucos empregos podem ser totalmente automatizados. A maioria combina atividades com maior e menor possibilidade de serem realizadas por IA, o que gera impactos desiguais dentro de cada função. Isso significa que profissões inteiras dificilmente desaparecerão, mas partes do trabalho poderão ser substituídas por sistemas de IA.
Em escala global, cerca de um quarto dos empregos se enquadra nos gradientes de maior exposição. O estudo também identificou diferenças de gênero: as mulheres estão mais concentradas nos níveis de maior exposição, com 5,7% do emprego feminino no gradiente 3 e 4,7% no gradiente 4.
A renda dos países também influencia o impacto. Nas nações de alta renda, 34% do total de empregos estão em gradientes de exposição, enquanto nos países de baixa renda a proporção cai para 11%. Essa disparidade se explica pela infraestrutura, custos tecnológicos e deficiências em habilidades digitais, que limitam a adoção plena da GenAI.

Para os pesquisadores, o cenário aponta menos para a substituição direta e mais para a reestruturação do trabalho humano. A chave será a gestão dessa transição por meio de diálogo social e políticas públicas direcionadas, a fim de garantir adaptação justa e sustentável.
Receba as principais notícias sobre sustentabilidade no seu WhatsApp! Basta clicar aqui