IA: os desafios da qualificação e da sustentabilidade do trabalho no Brasil e no mundo

Esse foi tema de um dos painéis do fórum mundial Horasis Global Meeting, que aconteceu pela primeira vez na América Latina, no último final de semana.

Foto: Milena Florim / Sustentabilidade Brasil -

Em uma era marcada pela rapidez nas inovações tecnológicas, a Inteligência Artificial (IA) é tema central nas discussões sobre o futuro do trabalho. Durante o Horasis Global Meeting, realizado entre os dias 25, 26 e 27 de outubro, José Augusto Figueiredo, presidente da consultoria LHH no Brasil e vice-presidente executivo para a América Latina, abordou como as mudanças impulsionadas pela IA e a automação estão impactando o mercado global e geram a necessidade de qualificação da força de trabalho.

Ele salienta que já em 2025, o Brasil sofrerá com escassez de profissionais capacitados, o que poderá comprometer o desenvolvimento e a competitividade de empresas que precisam se adaptar às novas exigências tecnológicas.

O cenário exige atenção e uma adaptação urgente. No Brasil, onde 70% das empresas são micro e pequenas, a automação surge como um desafio não apenas para os trabalhadores, mas também para as estruturas e processos empresariais. E Figueiredo vai além: “Teremos um problema de automação em todo o mundo e não será algo ligado apenas ao trabalhador, mas do meio em que os processos, os trabalhos, são feitos”, explicou.

O avanço da IA já deixa empresas e funcionários apreensivos, pois há pouco tempo para uma preparação adequada, ressalta Figueiredo, que explica ainda que “ensinar é o que nós podemos fazer”, destacando a importância da educação como uma resposta para a fase de transição.

O executivo observa que muitos líderes possuem uma visão de longo prazo para as empresas, mas, ao serem perguntados sobre as habilidades que seus funcionários devem desenvolver para chegar às metas, há uma lacuna. “Os empresários sabem explicar muito bem onde querem que a empresa esteja em 2030, 2035. No entanto, quando questionados quais são as competências que as pessoas, os funcionários, devem desenvolver para serem capazes de realizar essa estratégia, muitos não sabem explicar”.

Outro ponto abordado durante a plenária foi a importância dos dados no contexto da IA. Segundo Figueiredo, a coleta, o registro e o compartilhamento de informações são cruciais para garantir o valor e a funcionalidade da IA nas empresas. “Quando conversamos com líderes empresariais, eles enfatizam o tempo todo que a Inteligência Artificial não tem qualquer valor sem os dados”, explicou, enfatizando que informações bem gerenciadas são essenciais para o uso eficaz da tecnologia.

Por Fernanda Zandonadi do Sustentabilidade Brasil

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