Eventos extremos: Cuiabá bate recorde com 41ºC em pleno inverno

Agosto foi o 13º mês em que a temperatura média global superou 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais

Foto: PixaBay -

Em pleno inverno brasileiro, a capital do Mato Grosso bateu impressionantes 41ºC, nos termômetros do Climatempo. No mês passado, Cuiabá desbancou o recorde de agosto de 2023, quando as temperaturas chegaram a 40ºC durante 5 dias do mês, ficando abaixo dos 38ºC em apenas 8 dos 31 dias. 

Cuiabá foi a segunda capital brasileira a ultrapassar os 40ºC, em 2024, atrás apenas de Roraima -que atingiu escaldantes 42,6ºC. Entretanto, esse valor foi atingido durante o verão -em fevereiro-, o que torna o fato registrado na capital mato-grossense ainda mais inédito e preocupante.

De acordo com o Climatempo, a onda de calor que atinge o Brasil neste ano não será um caso isolado. Segundo o instituto, eventos extremos, ainda, protagonizarão as medições brasileiras em 2024. Assim, pode-se esperar novos recordes de calor nos próximos dias, contrastando com a frente fria severa que passou pelo país na primeira semana de agosto. 

Além de Cuiabá

As altas temperaturas, que todos os estados vêm enfrentando, já entraram para a história. Agosto já consolidou-se como o décimo terceiro mês, em um período de 14 meses, em que a temperatura média global superou 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais – de acordo com o observatório europeu Copernicus. Dessa forma, antes do inverno terminar de fato, capitais como Campo Grande, Cuiabá, Goiânia e Teresina podem ver os termômetros nas alturas. Da mesma forma,  Rio Branco e Porto Velho também estão na mira dos meteorologistas como cidades com, também, potencial de calor extremo.

Saúde 

Diante desses eventos fora do antigo “normal” para esta estação, a umidade do ar é uma variável de risco. Apesar do inverno brasileiro ser caracterizado como um período de seca, o Sustentabilidade Brasil já trouxe em seus conteúdos a anomalia climática da seca recorde que o Brasil enfrenta neste ano. Dessa forma, a saúde dos brasileiros também fica em risco diante dessas condições desequilibradas. Com a seca e o excesso de queimadas -que atingem grande parte do território- a umidade relativa do ar cai bruscamente. A Organização Mundial da Saúde estabelece um valor limítrofe aceitável diante dos perigos de saúde pública. Assim, esse valor limiar é de 12%. Várias dessas capitais que arderam nos termômetros atingiram valores abaixo desse mínimo. Cidades mineiras registraram umidade mínima de apenas 7%, segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Foto: Milena Florim

Dessa forma, diante desse cenário, é importante ressaltar que os cuidados com a hidratação são essenciais. Pois o status do ar pode provocar problemas respiratórios, irritações nos olhos, nariz e garganta, por exemplo.

Cada vez mais, as nações estão vivendo, literalmente, na pele os efeitos das mudanças climáticas que não fazem mais parte de projeções mas sim do dia-a-dia do mundo. Em diversas esferas socioambientais os fenômenos “surpresas” ou já sabidos escancaram a emergência latente que o planeta passa e ultrapassa ano após ano.

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