
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental Al Gore (na direita da foto) disse nesta terça-feira (12) que as pessoas em todo o mundo não estão entendendo completamente a seriedade da crise climática que, para ele, é o desafio mais sério que a humanidade já enfrentou.
O político americano participou do evento “Mudança Climática, Desenvolvimento Sustentável e Democracia”, debate organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio de Janeiro, com participação do presidente do banco, Aloizio Mercadante.
“A gravidade desta crise climática ainda não é totalmente compreendida por um número grande de pessoas. É o desafio mais sério que a humanidade já enfrentou. Alguns diriam que a ameaça de uma guerra nuclear também estaria nessa categoria. Conseguimos lidar com esse risco”, disse Al Gore.
“É por isso que a temperatura em São Paulo, em fevereiro, foi de 44 graus Celsius (ºC). É por isso que a temperatura em Bagdá foi de 50 graus hoje, e toda a rede elétrica nacional entrou em colapso. É por isso que todas aquelas pessoas morreram nas enchentes. É por isso que ocorreu a chuva torrencial que atingiu o Rio Grande do Sul há um ano”, complementou.
Aloizio Mercadante concordou que o momento é de urgência no enfrentamento da crise climática. E destacou o papel do Banco em lidar com o problema no país.
“Estamos há dois anos com a temperatura média da Terra acima de 1,5ºC. Superou tudo o que era o cenário mais preocupante do aquecimento global. Estamos cada dia sendo chamados a responder aos desastres cada vez mais frequentes e mais intensos. O Banco tem uma diretoria só pra tratar de desastres naturais, urgências, emergências, resiliência e reconstrução. Só no Rio Grande do Sul tivemos que investir R$ 29 bilhões para recuperar o estado”, disse Mercadante.
Al Gore reforçou que más notícias sobre fenômenos climáticos têm sido cada vez mais frequentes, mas disse acreditar em iniciativas que possam mudar esse cenário. A liderança brasileira na COP30 é vista por ele como estratégica para que os países possam chegar a acordos efetivos e reduzir emissões dos gases de efeito estufa.
“Às vésperas da COP30, minha maior esperança é que o mundo acorde para a seriedade do desafio e para o fato de que devemos aproveitar a oportunidade para resolvermos esta crise”, disse o ex-vice presidente dos EUA entre 1993 e 2001, quando governou com Bill Clinton.
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