Aumento do nível do mar preocupa o planeta; conheça as soluções que o Brasil vêm adotando

Necessária proteção dos ecossistemas costeiros exige que tomadores de decisão reforcem a compreensão sobre os riscos que as mudanças climáticas representam para o Planeta

Mar
Aumento do nível do mar já é uma realidade em todo o globo - Foto: PixaBay -

O nível do mar em todo o mundo está subindo como consequência das mudanças climáticas e do aumento das temperaturas globais. Em 2023, os oceanos do mundo experimentaram 12 meses de calor sem precedentes, com as temperaturas globais começando a quebrar recordes diários desde março, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês).

Embora os efeitos da subida do nível do mar ao longo da costa sejam graduais, são significativos a longo prazo. Como algumas das consequências, pode-se esperar uma maior erosão das dunas e perda de praias, aumentando a erosão costeira em muitos locais. A subida do nível do mar também pode alterar o ângulo em que as ondas atingem a costa. Assim, levando a alterações nas taxas de deriva da areia do litoral e nos locais onde as praias se acumulam ou sofrem erosão.

A subida do nível do mar pode afetar, ainda, a dimensão das áreas inundadas e aumentar a frequência de inundações generalizadas. Isto não só terá impactos nas infraestruturas e no desenvolvimento humanos, mas também na localização e na combinação de espécies dos ecossistemas e habitats costeiros.

Os mares também desempenham um papel importante na regulação do clima da Terra, porque absorvem o calor e o CO2, afetando os padrões climáticos. Quando as águas esquentam, esse ciclo se torna menos eficaz, o que leva a um aumento na quantidade de gás carbônico na atmosfera.

Nível do mar no Brasil

O Brasil tem bons exemplos de soluções adotadas para enfrentar estes problemas. Dessa forma, especialistas ouvidos pelo portal do Um Só Planeta nesta série especial sobre soluções de adaptação climática do podcast Entre no Clima.

Alexander Turra, professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) e coordenador da Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano, explica que os mares são fundamentais para nossas vidas: são responsáveis pela regulação do clima e nos fornecem alimento, proteção e oportunidades de lazer. Porém, sua degradação está cada vez mais acelerada, e é preciso que poder público e sociedade civil ajam contra a deterioração da saúde desses ambientes e promovam a cultura oceânica, visibilizando a importância do tema em ambientes como escolas e meios de comunicação.

Para responder a algumas das principais ameaças à zona marinha-costeira no país, as comunidades que vivem no litoral recorrem cada vez mais a estratégias de reforço costeiro e de preservação das praias.

Estudos

Em 2018, por meio de uma parceria com a Universidade de Campinas (SP), a cidade de Santos, no litoral paulista, implantou barreiras submersas na Ponta da Praia. Conhecidas como geobags, essas barreiras têm 275 metros de comprimento e promovem proteção costeira e recuperação das praias, como explica Tiago Zenkrr Gireli, professor e pesquisador da Unicamp responsável pelo projeto.

Já em Florianópolis, foram realizadas três obras de alargamento das praias desde 2019. Assim, somando ao todo 8,47 quilômetros de praias estendidas no Norte da ilha. Essa é a região mais populosa e que tem grande procura de turistas locais e estrangeiros.

As intervenções têm objetivo de ampliar o turismo e reduzir os danos com a erosão e o avanço do mar. O alargamento da faixa de areia é um processo de alimentação artificial da praia. Dessa forma, a areia é dragada do fundo do mar e bombeada para a superfície. Depois de assentada, a areia amplia o espaço disponível descreve Rafael Hahne, secretário de infraestrutura de Florianópolis.

Fonte: Guilherme Justino, Sabrina Neumann e Gustavo Maffei / Um Só Planeta

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