Atletismo em Paris: confira a transformação sustentável inédita da edição

Além de sua coloração inédita, a pista da edição é composta por uma mistura de borracha com conchas de mariscos.

Pista de atletismo de Paris
Foto: Esta será a pista dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 Fotos: X @Paris2024 -

Que as Olimpíadas de Paris é a edição mais sustentável de todos os tempos, o mundo todo já sabe. Mas, um detalhe, em especial, vem chamando a atenção: a cor da pista de atletismo. Geralmente, o padrão da coloração da estrutura da modalidade é vermelha mas, as estruturas do Stade de France possuem variados tons de roxo. Assim, seguindo a paleta de cores da identidade visual do evento -roxo, verde e azul.

Dessa forma, com a novidade, a pista que possui 17 mil m² -além de estar inserida no maior estádio da França- é a primeira de coloração roxa da história. Sua composição possui três cores distintas: a pista é lilás e as áreas de serviço ao redor são roxas em tons mais escuros. Além disso, as curvas externas são cinzas. Um fato curioso é que até a cola utilizada para pregar a pista no solo de asfalto é de cor roxa, caso em algum momento alguma parte descole e o chão fique visível. No total, foram necessários 2800 potes do material.

E qual a razão por trás da escolha inovadora deste ano? Sustentabilidade. Seguir ainda mais à risca as possibilidades de opções verdes e menos danosas ao meio ambiente. A empresa responsável pela fabricação das pistas Olímpicas desde a edição de 1926 é a italiana Mondo. Dessa forma, a empresa prezou para além da estética pela iniciativa sustentável de utilizar-se de conchas de mexilhões e amêijoas recicladas. Assim, a durabilidade do material está calculada para aproximadamente 10 anos. E teve um custo de cerca de 3 milhões de euros (18,6 milhões de reais).

Novidade da edição

Antes dos jogos iniciarem, a fabricante selou uma parceria inédita com uma empresa de criação de mexilhões chamada Nieddittas visando fornecer uma utilidade as conhcas antes descartadas dos mariscos. O material é uma saída sustentável com potencial de ser substituto do carbonato de cálcio – material tradicional- o qual é responsável por uma alta emissão de resíduos de mineração e de gás carbônico em sua extração e fabricação. 

Para a construção do material sustentável adotado é necessário moer as conchas depois de limpas. Assim, extrai-se um pó que, posteriormente, é incorporado aos demais materiais da pista. Segundo a Mondo, a escolha verde para a inovadora pista compensa as emissões equivalentes a um veículo a Diesel Euro 4, percorrendo 60 mil quilômetros. 

Além da estética inédita e do propósito ecológico envolvido, a pista ajuda na performance dos corredores. O material polimérico – utilizado pela primeira vez nas Olimpíadas de Tóquio – passou por um processo de aperfeiçoamento e inovação por pesquisadores da empresa italiana até chegar nessa forma ainda mais refinada e nobre que a versão anterior de 2020.  

Dessa forma, utilizaram da tecnologia para promover um produto final com tamanho de bolhas de ar ideais na camada inferior da pista, que ajudam a absorver e depois recuperar a energia do pé do corredor ao tocar o chão

A inovação, também, foi pensada para contemplar e somar às tecnologias mais avançadas de tênis de corrida. Assim, para adicionar ainda mais benefícios à escolha, com o uso da borracha vulcanizada a pista pode proporcionar um percentual de aderência ainda maior para os atletas paralímpicos que utilizam-se de cadeiras de rodas e próteses. 

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