Nova espécie de aracnídeo é descoberta na Reserva Biológica da Mata Escura

O registro fotográfico feito na Rebio da Mata Escura foi disponibilizado por Ednardo na plataforma iNaturalist

O registro fotográfico feito na Rebio da Mata Escura foi disponibilizado por Ednardo na plataforma iNaturalist
Foto: Ednardo Martins/ICMBio/divulgação - O registro fotográfico feito na Rebio da Mata Escura foi disponibilizado por Ednardo na plataforma iNaturalist

Foi publicada no início de janeiro, no periódico Zootaxa, a descoberta de uma nova espécie de aracnídeo. O primeiro registro fotográfico da nova espécie de opilião foi feito em 2023 por Ednardo Martins, nascido e criado no Quilombo Mumbuca, território com sobreposição à Reserva Biológica (Rebio) da Mata Escura, localizada em Jequitinhonha e Almenara, norte de Minas Gerais. Ednardo, que já foi chefe de brigada do Instituto Chico Mendes e atualmente trabalha como colaborador na Rebio Mata Escura, foi homenageado pelos pesquisadores Adriano Kury e Alexia Granado, que deram à nova espécie o nome Cajango ednardoi

O registro fotográfico feito na Rebio da Mata Escura foi disponibilizado por Ednardo na plataforma iNaturalist, onde o pesquisador Adriano Brilhante Kury, curador de aracnídeos do Museu Nacional/UFRJ, reconheceu o animal como membro do gênero Cajango.  

Ednardo conta que “Em 2022, durante um dia de campo, eu encontrei esse opilião. Peguei a foto e postei no iNaturalist. Pouco tempo depois, um professor da UFRJ (Adriano Brilhante Kury) viu o registro e tentou entrar em contato comigo. Ele imaginou se tratar de uma espécie que havia sido descrita por ele e que os últimos registros haviam sido feitos na década de 1940 em Camacan, na Bahia. Adriano organizou uma expedição e veio para tentar encontrar o opilião. Na primeira, não obtivemos sucesso. Após o retorno dele, eu consegui encontrar o opilião novamente. Logo, ele organizaria outra expedição para tentar encontrar, dessa vez com sucesso. Mantivemos contato o tempo todo”.

“Edinardo é quilombola da Mumbuca, quilombo que tem 71% de sobreposição com a Rebio. Ele trabalhou como brigadista e acompanhava pesquisadores que vinham à Rebio. Desenvolveu gosto pela fotografia e começou a fotografar com uma câmera simples, com destaque para aves e muriquis. Um pesquisador americano viu as fotos e enviou recursos para o Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB) financiar expedições fotográficas em busca dos muriquis do norte aqui e no Parna Alto Cariri. O MIB está na parceria para execução do PAN Muriqui”, conta a gestora da Rebio da Mata Escura, Márcia Nogueira. 

Receba as principais notícias sobre sustentabilidade no seu WhatsApp! Basta clicar aqui