Urgente: Cientistas emitem alerta sobre a situação da Antártica

Mais de 450 pesquisadores reforçam preocupação com a falta de discussões e desenvolvimento de políticas públicas em torno da região

Nova geração de pesquisadores é aposta para diminuir emissões de carbono e garantir um futuro melhor para o planeta — Foto: Joe Mastroianni/National Science Foundation -

Na sexta-feira (22), os cientistas da Conferência Australiana de Pesquisa na Antártica emitiram um alerta urgente e de emergência sobre o estado atual da Antártica. O comunicado foi divulgado durante a primeira edição do evento, que reuniu pesquisadores para discutir o impacto da crise climática na Antártica e no Oceano Antártico — e as consequências disso no futuro do planeta.

Os participantes pediram mais atenção à região, fundamental na regulagem do clima da Terra atualmente e no futuro e que, ainda assim, não é tão contemplada no debate público ou na criação de políticas públicas. “Acreditamos que a ciência sobre a Antártica e o Oceano Antártico deveria ser o ponto de partida para o desenvolvimento de políticas climáticas”, afirma o comunicado.

A conferência ressaltou a riqueza das colaborações entre instituições e disciplinas. E contou com a presença de mais de 450 pesquisadores da Austrália, dois terços deles sendo jovens no início de suas carreiras. “Cientistas no início de carreira vão estabelecer mais oportunidades de engajamento com a indústria e o governo, enfatizando que a preservação e o futuro da Antártica dependem do esforço da comunidade”, aponta a nota.

Assim, segundo os cientistas, o manto do leste da Antártica tem o suficiente para aumentar até 50 metros os níveis de mares, caso derreta completamente. Essa região pode, então, ter implicações nas cidades costais da Austrália. Dessa forma, prever o quanto essa área vai contribuir para o aumento do nível do mar é urgente e essencial para o bem-estar global.

Importância da Antártica

Mais de 450 cientistas emitiram alerta sobre o estado atual da Antártica — Foto: Peter W Allen/UTAS

As mudanças têm sido enormes. Estudos recentes apontam diminuições das geleiras, ondas de calor com 40ºC ou mais, e aumento da instabilidade das plataformas de gelo. Outras consequências como a transformação dos ecossistemas da terra e do mar também foram observados. Entretanto, não se sabe quais dessas mudanças já não são mais irreversíveis.

“Nossas sociedades devem estabelecer e cumprir metas para diminuir as emissões de carbono o mais rápido possível. Não conseguir reduzir as emissões rapidamente, a cada ano e a cada tonelada, compromete o nível do mar para gerações atuais e futuras.”

De acordo com o grupo, essa é a importância de ter uma nova leva de pesquisadores comprometidos em resolver essas crises. Além disso, é importante que priorizem identificar novas oportunidades de engajamento com projetos focados no futuro da sociedade. “Toda fração de um grau importa”, finalizam.

Fonte: Galileu

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