Área que é berço de cerca de 80% das águas que abastecem a maior planície alagada do mundo, as Cabeceiras do Pantanal têm necessidade de intervenção em pelo menos 2 milhões de hectares para atingir o melhor custo-benefício para o controle da erosão e regulação hídrica – serviços fundamentais para aumentar a quantidade e melhorar a qualidade da água no território. A área representa 11% da paisagem, tamanho equivalente a aproximadamente 2,5 vezes o município de Campo Grande.
Para contribuir com a restauração dessa área, a Aegea, líder no setor privado de saneamento no país, e o WWF-Brasil, organização não-governamental que faz parte da maior rede de conservação do mundo, lançaram três estudos para restauração das Cabeceiras do Pantanal, localizada em uma região que abrange 85 municípios, 16 sub-bacias hidrográficas e uma população de cerca de 3 milhões de habitantes dos estados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.
“A restauração das Cabeceiras do Pantanal é urgente e vale o investimento por diversos motivos”, destaca Veronica Maioli, especialista em Conservação e Restauração do WWF-Brasil. “Além de ser fundamental para a melhoria do solo e para a manutenção dos recursos hídricos da região, é uma atividade que também gera trabalho e renda, favorece a segurança alimentar, a manutenção da cultura e do bem-estar da população local”, acrescenta.
Área de preservação e restauração
De acordo com as modelagens realizadas por pesquisadores para o projeto, chamado “Água Limpa para Todos”, a melhoria da qualidade da água começaria a ser percebida após ações sustentáveis. Por exemplo, a restauração nas margens de rios e nascentes, conservação do solo e adoção de melhores práticas agrícolas. Além disso, a construção de curvas de nível para aumento da infiltração da água e redução da erosão do solo, também facilita a preservação.
Já o aumento do volume hídrico seria constatado após intervenção em, no mínimo, 20% da paisagem. Também foram analisadas porções da sub-bacia Jauru e da microbacia de Poconé, em Mato Grosso. Além disso, a sub-bacia do Miranda e da APA (Área de Preservação Ambiental) da bacia do córrego Guariroba (MS), também fez parte do estudo.
Para Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea, é de extrema importância para a companhia apoiar iniciativas que vão além dos serviços básicos do setor. Como, por exemplo, garantir mais resiliência hídrica e água em quantidade e qualidade. “Tendo essa premissa em mente, analisar estes cenários no Pantanal com o WWF-Brasil nos indica a necessidade do país em encontrar soluções para garantir que esse recurso fundamental chegue a todos”, destaca.
O estudo
“Esse estudo vem ao encontro do nosso pilar de proteção ao meio ambiente, com a ampliação de iniciativas que demonstrem a importância da resiliência hídrica”, afirma Radamés Casseb, CEO da Aegea. “Como líderes em nosso setor, entendemos o nosso papel de investir em ações que geram impactos ambientais e sociais e a importância de unir forças para a construção contínua de um legado em prol do país e das gerações futuras”, completa.
Na Águas Guariroba, são atendidos cerca de 900 mil habitantes, sendo a terceira cidade mais populosa atendida pela companhia. Atualmente, o sistema de água é universalizado e o tratamento de esgoto é uma realidade para mais de 80% da população. Já foram investidos mais de R$ 1,6 bilhão durante todo período de concessão.
Fonte: Guilherme Justino / Um Só Planeta
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