Quer ser um guardião virtual da Amazônia? Jogo permite que gamers denunciem garimpo ilegal e desmatamento

Greenpeace transformou simulador de voo em um jogo de defesa do meio ambiente, onde os jogadores podem ajudar a denunciar ilegalidades na floresta

Plataforma Flying Guardians. — Foto: Greenpeace Brasil -

Entre janeiro e junho de 2024, 417 hectares de novas áreas de desmatamento associado ao garimpo foram abertos nas Terras Indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami. Os resultados são do sistema de alertas de monitoramento Papa Alpha, utilizado pela ong de defesa ambiental Greenpeace em suas investigações. E uma curiosidade: parte dos dados veio de alertas feitos por jogadores na plataforma de jogo Flying Guardians.

O Greenpeace transformou um simulador de voo em um jogo de defesa do meio ambiente, onde os jogadores podem ajudar a denunciar ilegalidades na floresta. Na plataforma, jogadores podem observar incidentes reais de mineração ilegal e desmatamento na Amazônia, principalmente nas terras Munduruku e Yanomami e emitir alertas.

O “Flying Guardians” (Guardiões Voadores) é um MOD (modificação independente) que edita um simulador de voo hiper-realista usando imagens de satélite da Planet Labs PBC. Quando os jogadores sobrevoam áreas protegidas da Amazônia, são mostradas imagens atualizadas ao longo do ano, permitindo que sejam identificados possíveis locais de incidentes e suas coordenadas exatas.

Plataforma Flying Guardians. — Foto: Greenpeace Brasil

Jogo x realidade

Além de permitir o mapeamento de irregularidades, as imagens de satélite atualizadas da floresta tropical ajudam a expandir a conscientização ambiental na cultura gamer. Desde seu lançamento, os jogadores percorreram uma distância total de 92.528,45 km, com uma média de tempo de voo de 5h por sessão. Além disso, a plataforma já registrou mais de 900 alertas sobre atividades ilegais. Assim, evidenciando o engajamento ativo da comunidade na plataforma e na proteção das terras indígenas.

Então, na análise do Greenpeace, a Terra Kayapó concentrou 54,4% dos alertas, seguido da Terra Indígena Yanomami (com 40,63%) e por último a Terra Indígena Munduruku, que teve 4,87% do total acumulado no período. Dessa forma, até dezembro de 2023, a área devastada pelo garimpo nesses territórios totalizava mais de 26 mil hectares. Assim, isso representa mais de 90% das ocorrências de garimpo ilegal dentro de territórios originários no Brasil.

Área de garimpo identificado na Terra Indígena Yanomami. — Foto: Greenpeace Brasil

“Foi importante trazermos para as nossas ferramentas de monitoramento os alertas feitos pelos jogadores, porque eles são uma camada a mais de vigilância que temos sobre a Amazônia e as terras indígenas. Já estamos trabalhando em maneiras de enriquecer a experiência de todos aqueles que resolvem experimentar o Flying Guardians, seja pela experiência de voo que proporcionamos ou pela possibilidade que é dada de colaborar com a proteção da maior floresta tropical do mundo”, disse em nota Jorge Dantas, coordenador da frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil.

A plataforma foi criada e desenvolvida em conjunto com a agência de propaganda AlmapBBDO. Assim, recebeu um leão de bronze na categoria de “Brand Experience & Activation” na última edição do festival de Cannes de publicidade.

Flying Guardians — Foto: Divulgação

Fonte: Um Só Planeta

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