Se além de ver seus gastos diários, você pudesse estimar a “pegada de carbono” associada a eles, você pagaria para compensar as emissões de CO2 das suas compras? Há um ano, o brasileiro C6 Bank lançou uma ferramenta em seu aplicativo que permite aos clientes fazer exatamente isso – o extrato de carbono. Agora, ao realizar um balanço do apetite de pessoas físicas por esse tipo de produto, que tem se tornado comum no setor corporativo, o banco se surpreendeu.

Batizada de “Extrato de Carbono”, a ferramenta já foi acessada por cerca de 2,5 milhões de clientes. Desde então, mais de 138 mil pessoas compensaram mais de 4,38 mil toneladas de carbono. Pelo próprio aplicativo, é possível acessar o “extrato de carbono”, da mesma forma que se acessa o saldo da conta em reais.

Para estimar o saldo ecológico de cada pessoa, o banco leva em conta gastos cotidianos dos correntistas. É possível conferir as emissões de carbono de forma bem específica, desde o cafezinho, o almoço no restaurante até uma viagem de avião. A ferramenta também permite que o cliente compense diretamente sua pegada com créditos de carbono pelo app.

Como funciona o extrato de carbono

É possível comprar a partir de 1 kg de gás carbônico equivalente (CO2e), ao valor de R$0,14 cada. Usualmente, cada unidade de crédito de carbono corresponde a uma tonelada de gás carbônico equivalente. A operação não gera lucro para o banco e o dinheiro vai para projetos certificados de manutenção da floresta em pé na Amazônia.

Depois de compensar as emissões, o cliente recebe um certificado e pode fazer o acompanhamento. A venda de 4,38 mil créditos de carbono, por exemplo, equivale à conservação de cerca de 50 mil árvores nativas adultas durante 20 anos.

A tecnologia para o cálculo da pegada de carbono foi desenvolvida pela startup Deep ESG, enquanto o Grupo Ambipar, por meio da Ambify e da Biofílica Ambipar, forneceu a solução de compensação diretamente no app. Com a ferramenta, o banco, que integra o Movimento Ambição Net Zero, iniciativa do Pacto Global da ONU no Brasil de combate à crise do clima, busca dar visibilidade à pegada de carbono individual, sem perder de vista a complexidade do tema.

Impacto

“Todos temos um papel no combate às mudanças climáticas, empresas, indivíduos e poder público. É preciso trabalhar em várias frentes ao mesmo tempo, como conscientização, compensação e redução da emissão de gases do efeito estufa”, diz em nota a Um Só Planeta Marina Mancini, gerente de ESG do C6 Bank. A especialista pondera que mercado de crédito de carbono não pode ser visto como uma solução isolada, mas como um aliado importante na transição para uma economia de baixo carbono.

Dessa forma, o interesse dos clientes pela solução também surpreendeu Plínio Ribeiro, CEO da Biofílica Ambipar. Segundo ele, as operações de pessoas físicas no mercado voluntário global ainda representam menos de 1% do total transacionado. Mas tendem a crescer nos próximos anos com soluções que facilitem o acesso a esse mercado.

“O mercado global voluntário de créditos de carbono de pessoas físicas e empresas gira em torno de 180 milhões toneladas de CO2e por ano. Segundo a MSCI Carbon Markets, e deve crescer de US$ 1 bilhão atualmente para um mercado de pelo menos US$ 50 bilhões em 2030”, acrescenta.

Fonte: Redação, do Um Só Planeta

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