70 líderes pedem que presidentes do Brasil e Colômbia ajam pelo clima

Em uma carta aberta a Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, os signatários destacam que Brasil e Colômbia podem construir uma aliança duradoura, liderando o mundo ao evidenciar a conexão entre o clima e a natureza.

Foto: PixaBay -

Mais de 70 líderes globais assinaram uma carta aberta aos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Gustavo Petro, da Colômbia. O documento enfatiza a oportunidade que os países têm de liderar o avanço global em ações para o clima, a natureza e os sistemas alimentares.

“Como anfitriões da COP16 e da COP30, a Colômbia e o Brasil podem forjar uma parceria duradoura que guiará o mundo ao demonstrar a interconexão do clima e da natureza. Juntos, vocês podem defender ações ousadas para garantir que nossos esforços para proteger a natureza estejam alinhados com a ação climática, ao mesmo tempo em que colocam a transformação urgente dos sistemas alimentares no centro de nossa missão compartilhada por um futuro sustentável”, escrevem os signatários.

O documento, convocado pela Groundswell – uma colaboração entre Bezos Earth Fund, Global Optimism e Systems Change Lab – chegou em um momento crucial durante a Cúpula da Biodiversidade da ONU COP16, enquanto as nações negociam o Quadro Global de Biodiversidade e se preparam para revisar seus planos climáticos nacionais (NDCs), com prazo até fevereiro de 2025.

Pedidos dos presidentes e objetivos

Os líderes destacaram três objetivos principais para serem alcançados com a liderança de Lula e Petro:

  • Reforçar os planos climáticos nacionais para garantir benefícios para as pessoas, a natureza e a segurança alimentar. Isso inclui alinhar as NDCs com as estratégias nacionais de biodiversidade (NBSAPs). Além de integrar os sistemas alimentares nessas políticas, com foco na preservação da biodiversidade, gestão sustentável dos oceanos e eliminação do desmatamento até 2030.
  • Impulsionar o financiamento para a transformação dos sistemas naturais e alimentares, alinhando os recursos com o Acordo de Paris e o Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal. A meta é triplicar o financiamento até 2030, com prioridade para o acesso direto ao apoio financeiro para agricultores, povos indígenas e comunidades locais.
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  • Garantir a plena e ativa participação de agricultores, povos indígenas e comunidades locais no desenvolvimento, na tomada de decisões e no monitoramento das políticas climáticas, alimentares e ambientais, assegurando que seus direitos e contribuições para o desenvolvimento sustentável, a prosperidade econômica e a proteção do planeta sejam prioritários.

O documento

A carta foi, então, entregue a Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas do Brasil, e Nohora Quintero, embaixadora da Colômbia. Dessa forma, entre os signatários estão Christiana Figueres, ex-secretária executiva da UNFCCC; Manuel Pulgar Vidal, ex-ministro do Meio Ambiente do Peru; Paul Polman, ex-CEO da Unilever; Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda, e Hiro Mizuno, ex-diretor do fundo de pensões do Japão.

O documento também contou com a adesão de diversas lideranças indígenas, cientistas, empresários, líderes financeiros, jovens e organizações da sociedade civil e ONGs. Entre os representantes brasileiros que assinaram estão João Paulo Ferreira, CEO da Natura e o cientista Carlos Nobre. Além deles, a liderança indígena Cristiane Julião Pankararu e a fundadora do Instituto Talanoa, Natalie Unterstel. Bem como entidades como a Rede Brasileira de Jovens pela Biodiversidade (GYBN Brasil), a Coalizão Brasil Clima Floresta Agricultura e SOS Mata Atlântica.

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