A seca história que afeta praticamente todo o Brasil fez cair o nível dos principais reservatórios das usinas hidrelétricas. Para lidar com essa questão e garantir o suprimento de energia, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em reunião realizada esta semana, recomendou a adoção de “medidas preventivas”.

Dentre elas, conforme apurado pelo g1, está a contratação das termelétricas Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Além dela, Linhares, no Espírito Santo, em novembro, mesmo que fora da “ordem de mérito”. Isso quer dizer que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pode acionar as usinas mesmo que elas custem mais que o preço médio da energia. O comitê também permite acionar ambas, além da usina de Porto de Sergipe, em Sergipe, de forma flexível. Assim, atendendo aos períodos com mais consumo de energia, geralmente no início da noite.

Uso de usinas termelétricas

Especialistas disseram, em entrevista ao Jornal Nacional, que o uso das termelétricas é inevitável na situação atual. Mas, segundo eles, o governo tem opções. “O nosso entendimento é que existem alternativas que juntamente com as térmicas podem tranquilizar a população. Os grandes consumidores que podem alterar seus modos de produção, reduzindo o consumo na hora da ponta. Assim, consequentemente, fazendo com que a gente precise menos potência e menos geração térmica”, destacou Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia.

Edvaldo Santana, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), acrescentou que seria mais razoável premiar quem consumir menos do que estimular o consumo maior e mais caro com as termoelétricas.

“É uma medida muito mais eficaz e positiva, não vai emitir CO2, você não vai aquecer mais. Ou seja, seria uma medida muito mais prudente, e eu diria que com efeitos até maiores do que despachar mais termoelétrica”, completou.

Energia mais cara para o consumidor

Apesar das novas medidas adotadas pelo governo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que não há risco de crise no abastecimento. De toda forma, o consumidor vai ter de pagar mais na conta de luz. Porque a Aneel anunciou na última terça-feira (3) o acionamento da bandeira vermelha patamar 2. Essa classificação acrescenta R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos e não era acionada desde agosto de 2021.

Fonte: Um Só Planeta

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